Defesa de dissertação de mestrado de Gabriel Angra Ghidetti
Título: Indígenas no Espírito Santo: de sujeitos anônimos a agentes ativos nas disputas de poder entre os séculos XVI-XVII
Data de defesa: 14/06/2019
Horário: 14h
Local: sala de webconferências do prédio Wallace Corradi Vianna, CCHN, Campus Goiabeiras, UFES
Banca Examinadora: Luiz Cláudio Moisés Ribeiro (Orientador)
Julio César Bentivoglio (Examinador Interno)
Vânia Maria Losada Moreira (Examinador Externo - UFRRJ)
Maria José dos Santos Cunha (Examinador Externo - Universidade de Évora)
Resumo: A partir do ano de 1549, as relações sociais, culturais, econômicas e de poder que se constituíam no Brasil português passaram por significativas modificações. A começar pela inauguração do governo-geral, por Tomé de Sousa, e pelo processo de fundação do centro administrativo na Bahia. Na mesma ocasião, a vinda dos primeiros padres jesuítas às terras brasílicas. Assim aconteceu, de forma análoga, na capitania do Espírito Santo, espaço que passou a pertencer ao capitão-donatário Vasco Fernandes Coutinho. Graças à recuperação de cartas, de circulares e demais informações que corriam dentro da Companhia de Jesus, ordem católica chegada também naquele ano junto com o primeiro governador-geral Tomé de Sousa, pudemos realizar uma reinterpretação das fontes que mencionavam os contatos e a relação entre colonos, religiosos e os personagens principais dessa dissertação: os nativos brasileiros ou, mais especificamente, os nativos que viveram no que se definiu como capitania do Espírito Santo. Essa dissertação tem a pretensão de alçar novas perspectivas sobre o indígena nos séculos XVI e XVII, a começar pela chegada dos padres da Companhia até o momento que se costuma definir como guerras do açúcar, marcado por fortes tensões entre Portugal e as nações do além-mar, percebidas pelos índios, que se viram no meio de um conflito que transbordava fronteiras. Para chegar de uma ponta à outra, realizamos uma análise que quer se desgarrar da história tradicional e factual para se firmar como uma narrativa que preze não somente pelas relações de poder que decorreram da disputa pela mão-de-obra indígena cativa, mas principalmente por colocar os índios no centro do palco histórico, onde puderam protagonizar momentos de resistências de diversas naturezas.