Defesa de dissertação de mestrado de Kelvin Simoura Rodrigues

Título: A reivindicação dos zeks: trabalho forçado na era stalinista e a memória de suas vítimas.
Data: 5 de dezembro de 2025.
Horário: 14h.
Local: Sala de Webconferência, localizada no prédio Wallace Corradi Vianna - CCHN/UFES.
Link de acesso à reunião virtual: <https://conferenciaweb.rnp.br/webconf/comunidade-virtual-do-centro-de-ci...

Banca examinadora:
Prof. Dr. Josemar Machado de Oliveira (Presidente/Orientador – UFES)
Prof. Dr. Muniz Gonçalves Ferreira (Examinador Externo – UFRRJ)
Prof. Dr. Ueber José de Oliveira (Examinador Interno – UFES)

Resumo: Esta dissertação investiga a relevância do sistema Gulag para a história da União Soviética e o surgimento do movimento dissidente. A pesquisa defende que o Gulag, que se desenvolveu durante a era stalinista de 1929 a 1953, foi a maior “sina” de Stalin, pois o encarceramento de milhões de pessoas acabou por potencializar a oposição ao regime. A primeira parte da dissertação aborda o crescimento da repressão política e o desenvolvimento do Gulag, desde suas origens no período czarista e na Guerra Civil Russa até sua expansão massiva na década de 1930. Sob a liderança de Stalin, o trabalho forçado se tornou um dos principais pilares da economia nacional e um instrumento para a “reeducação” de indivíduos considerados “nocivos”. O texto elucida como eventos como a coletivização forçada, o Grande Terror e o uso de mão de obra escrava em projetos como o Canal do Mar Branco-Báltico e as minas de Kolimá definiram essa nova era. A segunda parte foca na perspectiva das vítimas. O autor descreve o processo de detenção, os julgamentos sumários, os transportes desumanos e o cotidiano nos campos. A dissertação destaca a experiência de detentos como Alexander Soljenítsin, Evgenia Ginzburg e Varlam Chalámov, que usaram suas memórias como forma de resistência, criando uma literatura de testemunho que permitiu a reconstrução desse universo. O estudo argumenta que, embora o sistema tentasse esmagar a individualidade, o cotidiano dos prisioneiros era marcado por pequenos atos de resistência que preservavam sua identidade moral e espiritual. A terceira e última parte examina o período após a morte de Stalin, com o “degelo” de Khrushchev, que levou ao desmantelamento do Gulag e à libertação de milhões de prisioneiros. O retorno dos ex-detentos à sociedade expôs as contradições do regime e deu origem a um movimento dissidente que usou a literatura clandestina (samizdat) para confrontar a narrativa oficial e pressionar por reformas. A dissertação conclui que a luta pela memória do Gulag se tornou um elemento central na oposição ao regime, demonstrando que o passado reprimido não pôde ser completamente apagado e que as consequências do sistema abalaram profundamente a sociedade soviética, forçando uma reavaliação de sua história.

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