Defesa de dissertação de mestrado de Fábio Rodrigo Cirino Leite

Título: A Sedição de Santa Izabel: aspectos de uma insurreição esquecida (1897).
Data: 12 de setembro de 2025.
Horário: 14h.
Local: Sala de Defesas do PPGHis, localizada na sala 307 do prédio Wallace Corradi Vianna - CCHN/UFES.

Banca examinadora:
Prof. Dr. Ueber José de Oliveira (Presidente/Orientador – UFES)
Prof. Dr. Leandro do Carmo Quintão (Examinador Externo – IFES)
Profa. Dra. Camila Bueno Grejo (Examinadora Interna – UFES)

Resumo: A presente pesquisa tem por objetivo analisar uma violenta insurreição ocorrida na Vila de Santa Izabel, em 6 de outubro de 1897, no recém-inaugurado estado do Espírito Santo, levante esse cujo escopo foi o de declarar deposto intendente municipal para que um novo fosse proclamado, na localidade de Campinho, situada na mesma municipalidade, em uma circunstância de profunda instabilidade institucional a que estava submetida a jovem República proclamada em 1889. A despeito da imediata repressão estatal, o objetivo foi brevemente alcançado, uma vez que o então intendente foi efetivamente destituído e os livros da administração municipal subtraídos pelos sediciosos, que, por sua vez, transferiram-nos para Campinho. Tal evento foi marcado pelo intenso emprego de violência, que redundou na prisão e no processamento criminal de dezessete insurgentes. Buscar-se-á revelar em que medida a intitulada Sedição de Santa Izabel, aparentemente esquecida pela historiografia capixaba, insere-se no quadro inicial republicano de reacomodação das elites a uma nova institucionalidade, ainda recente, o que se deu nos moldes das categorias analíticas de Reinhart Koselleck, espaço de experiência e horizonte de expectativa. Para isso, fontes coletadas, tais como autos judiciais relativos à revolta, documentos de registros cartorários e notícias veiculadas nos jornais da época são de primeira importância. Com inspiração prosopográfica e lançando mão da análise documental múltipla, o trabalho conta com apoio nos conceitos de campo político e de capital político, segundo Bourdieu, adotando-se postura questionadora e problematizadora. Com apoio nas teorias de Eric Hobsbawn, Benedict Anderson e Jacques Le Goff, propõe-se que a construção da atual identidade germânica na região da antiga Colônia da Santa Izabel emergiu da consolidação do bloco de poder pós-Sedição, silenciando uma narrativa mais fiel à complexidade dos sujeitos que efetivamente compuseram o território. 
 

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