Defesa de tese de doutorado de Tamara Silva Chagas

Título: A obra de Thereza Simões e Cybèle Varela e a resistência à repressão política da Ditadura Civil-Militar Brasileira (1965-1970)
Data: 19/04/2024
Horário: 14h
Link da videochamada: https://meet.google.com/vfx-iots-gku 
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Banca examinadora:
Profa. Dra. Almerinda da Silva Lopes – UFES (Presidente/Orientadora) 
Profa. Dra. Fernanda Pequeno da Silva – UERJ (Examinador Externo) 
Profa. Dra. Sandra Makowiecky – UDESC (Examinador Externo) 
Prof. Dr. Pedro Ernesto Fagundes – UFES (Examinador Interno) 
Prof. Dr. Ueber José de Oliveira – UFES (Examinador Interno)

Resumo: Nesta tese, abordou-se a produção das artistas brasileiras Thereza Simões e Cybèle Varela dentro da corrente da Nova Figuração Brasileira e, ainda, da Arte Conceitual. Abrangeu-se o Brasil em um período que vai de 1965 até 1970. Procurou-se refletir sobre como se deu o comprometimento sociopolítico em suas obras contra a repressão promovida pela Ditadura Civil-Militar, além de verificar o juízo de valor impresso em suas produções a respeito da sociedade de consumo enquanto sustentadora das estruturas que permitiram o golpe e a vigência da ditadura. Tencionou-se salientar semelhanças e diferenças no discurso sobre tal sociedade por parte da Nova Figuração Brasileira e da Pop Art anglo-saxã. Frisou-se o papel político da figura feminina, em especial, das duas artistas, que se posicionaram contrariamente à ditadura. A hipótese é que Simões e Varela elaboraram uma crítica à conjuntura sociopolítica opressiva do Brasil dos anos 1960, estendendo essa crítica à sociedade de consumo e à indústria cultural pelas mazelas delas consequentes – como instrumento de manutenção do status quo repressivo da ditadura. Utilizou-se o método qualitativo para a realização desta pesquisa teórica, que assumiu um caráter exploratório e explicativo, vista a lacuna existente em termos de análises aprofundadas sobre as obras de Simões e Varela. O estudo justificou-se, assim, pela originalidade do tema e por sua relevância, pois ambas as artistas produziram obras de valor estético e histórico, tanto por seu experimentalismo nas linguagens da pintura e do objeto, quanto por sua participação nas exposições de arte mais notórias da época e, mesmo, pelo diálogo mantido com sua conjuntura artística e histórica. O contexto histórico que permeia a produção das artistas é marcado pela vigência da Ditadura Civil-Militar e sua perseguição aos opositores políticos, muitos dos quais, artistas. A censura e a repressão levaram muitos desses membros da vanguarda artística a assumir uma postura crítica à ditadura. Vários dos criadores ligados à Nova Figuração foram perseguidos ou tiveram obras apreendidas, como ocorreu com Simões e Varela, autoras de trabalhos considerados subversivos. Como referencial teórico, utilizou-se os escritos dos filósofos/sociólogos Theodor W. Adorno, Max Horkheimer e Pierre Bourdieu sobre a indústria cultural, em diálogo com o comentário crítico presente nas obras das artistas a respeito da sociedade de consumo. Usou-se também as reflexões de Herbert Marcuse em defesa do papel da arte como um instrumento de transformação social, para estabelecer um paralelo com o comprometimento político existente nos trabalhos de Simões e Varela.

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