Defesa de tese de doutorado de Luana Frigulha Guisso

Título: O discurso do poder estatal e a construção da educação feminina no Espírito Santo (1845-1889)
Data de defesa: 16/10/2020
Horário: 14h
Local: sala de reunião virtual

Banca Examinadora:  Sebastião Pimentel Franco (Presidente/Orientador – UFES)
Patrícia Maria da Silva Merlo (Coorientadora - UFES)
André Luís Lima Nogueira (Examinador Externo - Faculdade Vale do Cricaré)
José Cândido Rifan Sueth (Examinador Externo - IFES)
Sônia Maria da Costa Barreto (Examinador Externo - Faculdade Vale do Cricaré)
 Pedro Ernesto Fagundes (Examinador Interno - UFES)

Resumo: A pesquisa visa compreender como ocorreu o acesso de pessoas do sexo feminino à escolarização na província do Espírito Santo entre 1845, quando surgiu a primeira escola para meninas na capital da província, e o ano de 1889, quando se iniciou uma nova fase na História brasileira — a era republicana. Para tanto, evidenciam-se as razões pelas quais a sociedade brasileira dificultava o acesso à instrução ao sexo feminino. Ressalta-se ainda que, a partir do século XIX, começou uma lenta e gradual mudança em relação ao acesso das mulheres à instrução, sobretudo em virtude da dinamização da economia do país e da província do Espírito Santo, como consequência do crescimento da produção cafeeira, aumento da urbanização e do surgimento da industrialização. Enfoca-se a influência de uma visão em efervescência na Europa desde o final do século XVIII, com a efetivação do processo de escolarização, para civilizar as populações nos estados nacionais para se tornarem mais desenvolvidos. A partir do século XIX, no Brasil, cresceu o discurso em favor da instrução e, em especial, do acesso das mulheres à instrução, uma vez que elas eram as responsáveis pela educação das futuras gerações. Lentamente, no decorrer do século XIX, consolidou-se, entre as autoridades governamentais, a necessidade de ampliar a oferta da escolarização. Por conseguinte, o número de escolas, professores e alunos foi aumentando, até que, no final do século XX, o magistério primário no Espírito Santo já tinha se feminizado. Para compreender o objeto de estudo proposto, faz-se necessário relacioná-lo a outras questões, como a estrutura política e econômica da região e a percepção das autoridades governamentais sobre o papel da educação, já que as decisões dos presidentes de província sobre a educação feminina levavam obviamente em consideração as representações sociais relativas ao posicionamento da mulher na vida pública. Estuda-se o corpus documental na perspectiva da análise de conteúdo e com fundamentação teórica assentada nas questões de gênero, de poder e de representação social, utilizando-se, para tanto, os relatórios de presidente de província, os periódicos locais e a correspondência do Fundo de Educação do Arquivo Público Estadual do Espírito Santo. Conclui-se que a instrução feminina, durante os anos estudados, diminuiu o estigma da mulher reclusa. Embora a passos lentos, contribuiu para a redução da exclusão social da mulher na província do Espírito Santo, garantindo-lhe seu lugar no mundo externo.

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