Defesa de tese de doutorado de João José Barbosa Sana
Título: "Patriarcado, Feminicídio e Políticas Públicas na Região do Caparaó Capixaba (2003-2016)"
Data: 20/03/2023
Horário: 14h30
Local: Sala de Seminários do IC III, CCHN/UFES
Banca examinadora:
Profa. Dra. Maria Beatriz Nader (Presidente/Orientador – UFES)
Profa. Dra. Érika Oliveira Amorim Tannus Cheim (Examinador Externo – UEMG)
Profa. Dra. Livia de Azevedo Silveira Rangel (Examinador Externo – IFES)
Profa. Dra. Ana Claúdia Hebling Meira (Examinador Externo – UFES)
Profa. Dra. Brunela Vieira de Vicenzi (Examinador Externo – UFES)
Prof. Dr. Ueber José de Oliveira (Examinador Interno – UFES)
Resumo: A presente tese analisou os assassinatos de mulheres ocorridos na região do Caparaó Capixaba, no período 2003-2016, refletindo sobre a permanência das práticas e representações patriarcais e sobre a insuficiência articulação das políticas públicas de enfrentamento à violência contra as mulheres desenvolvidas na região. Tem como fontes 17 processos judiciais oriundos das Comarcas de Alegre, Guaçuí, Ibatiba, Iúna e Muniz Freire, documentos oficiais da União, do Estado do Espírito Santo, artigos dos jornais à Notícia e Folha do Caparaó e notícias dos órgãos oficiais digitais dos municípios pesquisados. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que utiliza o estudo de multicasos como método de procedimento, combinando a utilização das técnicas análise documental, observação livre e análise de conteúdo. O referencial teórico utilizado, preferencialmente, dialoga com autoras feministas, dentre as quais se destacam Sueli Almeida, Eva Blay, Maria Beatriz Nader, Heleieth Saffioti e incorpora outras contribuições teóricas que favorecem a compreensão do objeto da pesquisa. As análises da documentação confirmam a predominância das práticas e representações patriarcais na região do Caparaó Capixaba e a percepção sobre as insuficientes políticas públicas de cuidado, prevenção e atendimento às mulheres. Desta forma, as violências e, particularmente, os assassinatos de mulheres decorrem da continuidade dos comportamentos machistas e misóginos e da incapacidade do poder público de implementar uma rede de enfrentamento das violências e atendimento as mulheres que se encontram em situação de vulnerabilidade, especialmente, em contextos de violências domésticas e familiares.