Defesa de tese de doutorado de Claudia Regina dos Santos Albuquerque Garcia

Título: Estupro e poder disciplinador nos corpos femininos: narrativa de uma vítima – Vitória/ES (2021-2023).
Data: 5 de agosto de 2025.
Horário: 14h.
Link de acesso à reunião virtual: Solicitar link de acesso via email do PPGHis (ppghis.ufes [at] hotmail.com) até às 12h do dia 04/08/2025.

Banca examinadora:
Profa. Dra. Maria Beatriz Nader (Presidente/Orientadora – UFES)
Profa. Dra. Erica Verícia Canuto de Oliveira Veras (Examinadora Externa – UFRN)
Profa. Dra. Lívia de Azevedo Silveira Rangel (Examinadora Externa – IFES)
Prof. Dr. Alex Silva Ferrari (Examinador Interno – UFES)
Prof. Dr. Sebastião Pimentel Franco (Examinador Interno – UFES)

Resumo: Esta pesquisa busca discutir, sob a ótica dos estudos de gênero, a relação entre medo e poder no contexto da violência sexual, por meio da análise de um processo criminal envolvendo múltiplos crimes sexuais cometidos contra uma vítima, cuja ligação com o agressor era apenas empregatícia. Trata-se de um estudo de caso, cuja metodologia baseia-se na análise aprofundada desse processo criminal específico. O recorte temporal da pesquisa abrange o período entre a ocorrência dos crimes sexuais e os depoimentos da vítima na fase policial (2021-2023). Utiliza-se, como fonte principal da pesquisa, um processo judicial em andamento no Espírito Santo, que reúne múltiplos tipos de violência sexual sofridos por uma mulher, cuja narrativa, colhida no inquérito policial, é o objeto central de análise, sendo também considerados, no contexto investigativo, o interrogatório do agressor e os depoimentos da mãe e da irmã da vítima. O objetivo da pesquisa é compreender de que forma o medo e as relações de poder contribuem para o silêncio de mulheres que sofreram crimes contra a dignidade sexual, especialmente o estupro, além de afetarem sua autonomia, sua capacidade de tomar decisões e de denunciar, considerando o impacto dessas experiências em suas vidas e o contexto social marcado por desigualdades de gênero e fragilidades institucionais. A hipótese que orienta o estudo é que o silêncio mantido por muitas mulheres após serem vítimas de crimes contra a dignidade sexual, especialmente o estupro, está profundamente ligado ao medo e às relações de poder que marcam essas violências. O medo de não serem ouvidas, de serem julgadas ou de sofrerem novas violências, somado ao poder exercido pelo agressor, naturalizado pelo contexto social e institucional, contribui para que muitas vítimas permaneçam em silêncio por longos períodos. Ao investigar essas dimensões, este estudo busca compreender como o medo e o poder operam na sustentação desse silêncio e como ele interfere na possibilidade de ruptura com a violência sofrida, em um contexto atravessado por relações de gênero historicamente desiguais. O estudo é relevante porque auxilia a demonstrar como o medo vivenciado pelas vítimas, somado à ausência de uma resposta estatal adequada, compromete sua capacidade de reação e de denúncia, contribuindo a manutenção do silêncio e a invisibilidade desses crimes.
 

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