As propostas de autonomia mapuche no Chile do pós-ditadura (1990-2010)

Nome: CAROLINE FARIA GOMES
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 20/08/2020

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANTONIO CARLOS AMADOR GIL Orientador
GABRIELA PELLEGRINO SOARES Examinador Externo
MATEUS FÁVARO REIS Examinador Externo
SEBASTIÃO LEAL FERREIRA VARGAS NETTO Examinador Externo
UEBER JOSÉ DE OLIVEIRA Examinador Interno

Resumo: O movimento mapuche é atualmente um movimento social de origem indígena de destaque no Chile e na América Latina, composto de seis principais etnias que habitam majoritariamente as regiões do sul do país. O tratamento direcionado aos mapuche pelo Estado chileno mostra que historicamente o projeto de Estado construído não reconhecia as diferenças étnicas características do território. Pelo contrário, esse Estado-nação tem buscado consolidar um modelo de sociedade homogênea e uniforme, gerando relações bastante conflituosas com as comunidades indígenas, uma vez que, durante sua formação, no século XIX, a ideia de que cada Estado deveria corresponder a uma nação se mostrou imperante e impôs a negação sistemática da diversidade étnica existente. Uma das consequências dessa negação foi a criação de legislações indigenistas que buscavam homogeneizar a sociedade por meio de políticas de integração e assimilação das diversas etnias ao grupo nacional hegemônico identificado com o grupo mestiço. A resistência indígena a tais políticas integradoras também é histórica e assumiu diferentes facetas ao longo dos anos. A partir da década de 1990, a principal forma de resistência debatida entre as organizações mapuche foi a autonomia. Consideramos que a década de 1990 marcou um novo ciclo de mobilizações do movimento mapuche contemporâneo e representou um rompimento com estratégias políticas anteriormente desenvolvidas. Por isso, neste trabalho analisamos os projetos de autonomia desenvolvidos por duas organizações protagonistas do movimento mapuche durante a década de 1990, o Consejo de Todas las Tierras (CTT) e a Coordinadora de Comunidades en Conflicto Arauco-Malleco (CAM). Em nossa análise, além do projeto autonômico, buscamos também explicitar as estratégias de luta empregadas por essas organizações, bem como fazer um apanhado da resposta dos governos da Concertación de Partidos por la Democracia às demandas autonomistas mapuche. Para tal estudo utilizamos como fonte os comunicados e periódicos oficiais publicados por essas organizações, além de extensa bibliografia sobre o tema. No exame das fontes utilizamos como metodologia elementos da análise de conteúdo.

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