O paradoxo de uma existência:a trajetória do Partido Trabalhista Brasileiro no Espírito Santo (1945 1964)
Nome: LUCIAN RODRIGUES CARDOSO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 04/04/2018
Orientador:
Nome | Papel |
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UEBER JOSÉ DE OLIVEIRA | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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LUCIA GRINBERG | Examinador Externo |
LUIZ CLÁUDIO MOISÉS RIBEIRO | Examinador Interno |
PEDRO ERNESTO FAGUNDES | Examinador Interno |
UEBER JOSÉ DE OLIVEIRA | Orientador |
Resumo: A presente dissertação tem como principal objetivo analisar a trajetória e o processo de institucionalização do Partido Trabalhista Brasileiro no Espírito Santo, entre os anos de 1945 e 1964. O estudo encaixa-se na necessidade que existe em se estudar os discursos e práticas políticas da época, visando a preencher uma das lacunas da história política de um estado periférico no desenvolvimento político e econômico nacional. Dessa maneira, propõe-se um estudo que faça diálogo com as teses produzidas no plano nacional sobre o partido, a fim de se detectar as congruências e dissonâncias com o plano local. Para isso, adotou-se como base uma teoria sobre desenvolvimento partidário que contempla as decisões originárias de um partido como elementos cruciais para se apreender toda a sua história subsequente. Dito isso, a pesquisa propôs investigar um projeto político que, em seu programa inicial, se assentou, sobretudo, em bases urbanas e operárias, com um ímpeto reformista e esquerdizante a partir dos anos 1960. Porém, trata-se de estudar esse mesmo projeto em um estado essencialmente agrário e tradicional, em que conviviam as práticas clientelista e um novo paradigma político: a emergência das classes trabalhadoras no cenário político. A hipótese principal é a de que, em um estado tardio e retardatário no que tange ao seu processo de desenvolvimento capitalista, caracterizado também por possuir uma sociedade eminentemente agrária e dominada pelos oligarcas, o PTB capixaba, quando intentou disputar com as oligarquias capixabas, optou pelo fisiologismo, empreguismo e clientelismo. Diante disso, se inicialmente comportou um acentuado crescimento em organização e votos, logo sofreu, durante boa parte de sua trajetória, com disputas de interesses dos mais diversos por cargos e posições nas autarquias estatais. Porém, esse cenário não impediu que lideranças comprometidas com o programa partidário e atentas às demandas dos trabalhadores capixaba, como Mario Gurgel e Ramon de Oliveira Netto, surgissem no partido, embora eles fossem dominados pelas oposições internas e externas ao partido que aderiram ou silenciaram-se diante do golpe e da ditadura civil-militar instaurada a partir de 1964.