Magia e poder no Egito tardio: a emergência dos sacerdotes magos como 'theioi andres' (séc. III ao V d.C.)

Nome: HARIADNE DA PENHA SOARES BOCAYUVA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 06/08/2020
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
GILVAN VENTURA DA SILVA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
BELCHIOR MONTEIRO LIMA NETO Examinador Interno
ÉRICA CRISTHYANE MORAIS DA SILVA Examinador Interno
GILVAN VENTURA DA SILVA Orientador
LUDIMILA CALIMAN CAMPOS Examinador Externo
MARIA ISABEL D AGOSTINO FLEMING Examinador Externo

Resumo: A presente tese tem por objetivo analisar a formação e emergência dos sacerdotes-magos egípcios como theioi andres, homens divinos, e sua atuação como agentes de poder no Egito tardio entre os séculos III e V d. C. Como theioi andres, os sacerdotes-magos desfrutavam de um profundo conhecimento sobre os saberes esotéricos, adquirido por meio de uma rígida formação nas artes magicae, baseada em especial nos rituais de iniciação cujo objetivo era o abandono da matéria profana a fim de estabelecer um encontro systasis com o sagrado e, desta forma, tornar o sacerdote-mago apto a receber a dynamis, a potência divina e toda panóplia de feitiços, poções, fórmulas, hinos e técnicas de adivinhação. Em virtude dos poderes de que desfrutavam e que poderiam oferecer aos indivíduos e às comunidades, os sacerdotes-magos dos Papiros Mágicos eram agentes de poder no Egito tardio e sua emergência e atuação estendeu-se do século III ao V d. C., período em que observamos em nossa documentação a presença massiva de sortilégios e encantamentos que nos indicam a afirmação dos sacerdotes-magos como homens que adquirem prestígio e influência em suas comunidades devido ao conhecimento esotérico de que dispõem. Para tal fim, exploramos os Papiros Mágicos Gregos e a cultura material, mais especificamente, as gemas mágicas que remontam ao Egito tardio. Portanto, buscamos demonstrar que as práticas mágicas e ensinamentos rituais apresentados nos Papiros Mágicos Gregos e representados nos artefatos mágicos correspondem a um complexo inventário do saber esotérico de que dispunham os sacerdotes-magos, cujo ofício não poderia ser exercido por qualquer indivíduo. Apenas os iniciados nas artes mágicas gozavam dos favores das divindades e prestígio social que lhes garantia poder e o domínio de seguidores nas comunidades da chora. Os sacerdotes-magos eram depositários de um saber importante, que rompia os limites entre o mundo terreno e o sobrenatural, reconhecido pela sociedade romana da Antiguidade Tardia como extremamente eficiente e perigoso.

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