Oligarquia e Elites Políticas no Espírito Santo:a Configuração da Liderança de Moniz Freire

Nome: LEANDRO DO CARMO QUINTÃO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 17/11/2016
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
SEBASTIÃO PIMENTEL FRANCO Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
JULIO CÉSAR BENTIVOGLIO Examinador Interno
MARIA DA PENHA SMARZARO SIQUEIRA Examinador Interno
MARIA INÊZ MACHADO BORGES PINTO Examinador Externo
SEBASTIÃO PIMENTEL FRANCO Orientador
SURAMA CONDE SÁ PINTO Examinador Externo

Páginas

Resumo: Para análise da configuração da liderança de Moniz Freire na Primeira República, adota-se o recorte temporal entre 1881 e 1918 a fim de compreender o modo como ele se relacionava com a elite política do Espírito Santo, por meio do Partido Republicano Construtor, que chefiava. Trabalha-se com a hipótese de que exercia sobre seu grupo político uma liderança oligárquica com requintes de dominação carismática, constituída sobre um poder simbólico, erigido nos primeiros anos de sua atividade política, em torno de capitais políticos de tipo heroico e notório. Moniz Freire adquiriu essa base mediante inteligência reconhecida e esforço na defesa de um plano de afirmação regional para o Espírito Santo, tornando-se seu principal porta-voz. Tal poder perpassou as mutações políticas que aconteceram no Brasil e no Espírito Santo, como mudança do regime e reordenamento político-partidário. As transformações, ocorridas em curto tempo, ocasionaram crise de legitimidade em que Moniz Freire despontou como uma espécie de salvador. Mediante contexto e condições políticas favoráveis, governou o Estado de 1892 a 1896, dando início à implementação do plano de afirmação regional tão defendido no passado, o que, somado às boas expectativas de crescimento das finanças estaduais, recrudesceu seu capital político, mormente o heroico, e seu domínio absoluto sobre a oligarquia componente do Partido Republicano Construtor. Anos depois, foi novamente considerado salvador perante a crise de legitimidade no interior da oligarquia e reeleito ao posto de mandatário máximo do Estado em 1900. Em seguida, iniciou-se sua debacle política com o enfraquecimento simbólico, traduzido na incapacidade de solucionar os problemas financeiros do Estado e os problemas políticos no interior da oligarquia. Sua dominação carismática, arrefecida, abriu brecha para o enfraquecimento político, a partir da insubordinação de seu sucessor no governo do Estado, em 1905. O enfraquecimento simbólico e político se mesclaram, levando-o à derrocada e sua oligarquia à dissolução. O estudo baseia-se em conceitos como “dominação” e “carisma”, de Max weber; “poder simbólico” e “capital político”, de Pierre Bourdieu; “salvador” e “crise de legitimidade”, de Raoul Girardet. Trabalha-se também a noção de “representações sociais” e o esquema “apropriação-representação-circulação”, de Roger Chartier. Consultas a revistas e jornais — neutros, aliados e adversários de Moniz Freire —, além de documentos oficiais e bibliografia da época, comprovam a hipótese aventada. Utiliza-se a análise de conteúdo, para investigar as representações sociais dos aliados, e a Retórica, como chave de leitura, para entender a construção dos textos, sobretudo os de Moniz Freire, como estratégia de convencimento no início de sua carreira política.

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