A história em tempos de crise: Friedrich Meinecke (1862-1954) e os problemas do historicismo alemão
Nome: MARCELO DURÃO RODRIGUES DA CUNHA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 17/11/2017
Orientador:
Nome | Papel |
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JULIO CÉSAR BENTIVOGLIO | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ARTHUR ALFAIX ASSIS | Examinador Externo |
JOSEMAR MACHADO DE OLIVEIRA | Examinador Interno |
JULIO CÉSAR BENTIVOGLIO | Orientador |
UEBER JOSÉ DE OLIVEIRA | Examinador Interno |
VALDEI LOPES DE ARAUJO | Examinador Externo |
Resumo: O presente trabalho pretende fornecer uma nova interpretação para a crise vivida pela consciência histórica alemã entre o final do século dezenove e a primeira metade do século vinte. Denominada por muitos intérpretes como a "crise do historicismo", defendemos a hipótese de que esse não foi um problema enfrentado apenas por acadêmicos e intelectuais, mas sim pela própria concepção de história inaugurada a partir da experiência temporal dos homens europeus na modernidade. Nas discussões sobre o significado da história e do conceito de historicismo que tiveram lugar entre intelectuais alemães da segunda metade do Oitocentos em diante, é possível evidenciar um amplo debate a respeito dos limites inerentes ao sentido dessa história experimentada como um "singular coletivo" em tempos modernos. De modo a demonstrar essa hipótese, tratamos dos trabalhos e das trajetórias de vida de alguns intelectuais envolvidos nas contendas sobre o historicismo, atentando principalmente para a sua preocupação com o problema do sentido - sobretudo a partir dos seus vínculos com a religião e com o Estado-nação - e para o que seriam as consequências do colapso daquela crença no significado absoluto assumido pela história na era moderna. Finalmente, essa tese desenvolvida em nossos capítulos iniciais permitiu que realizássemos a nossa própria interpretação do trabalho de Friedrich Meinecke (1862-1954), historiador que acreditamos ser central para a compreensão não só desse processo de dissolução do moderno conceito de história, como da própria maneira pela qual parte da tradição de pensamento histórico alemão reagiu à crise da história no final do Oitocentos até o fim da Segunda Guerra Mundial. Sustentamos, por fim, que todo o trabalho de Meinecke - com especial ênfase na sua definição de historicismo - como historiador pode ser entendido como uma tentativa de resposta e de superação dessa crise vivida pela concepção moderna de história ao menos desde meados do século dezenove na Alemanha.