Considerações Sobre o Populismo na Política do Espírito Santo (1959-1966)

Nome: JEFFERSON FERREIRA ALVARENGA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 26/06/2012

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALOISIO KROHLING Examinador Externo
ANTONIO CARLOS AMADOR GIL Examinador Interno
VALTER PIRES PEREIRA Orientador

Resumo: Este estudo procura entender a experiência populista na política do Espírito Santo, levando em consideração as mudanças estruturais do período compreendido entre 1959-1966, ou seja, os governos de Carlos Lindenberg (1959-1962) e Francisco Lacerda de Aguiar (1963-1966). Também, buscamos analisar o populismo, a partir do comportamento desempenhado por estas lideranças políticas e seus respectivos projetos políticos no processo da transformação da sociedade capixaba. Em outras palavras, perceber como essas lideranças políticas se comportaram diante da transformação da sociedade tradicional/agrária para uma sociedade urbano/industrial. Para comparar as ações políticas dos dois governadores, utilizamos fontes primárias e secundárias obtidas no Arquivo Público Estadual, na Assembleia Legislativa do Espírito Santo e na Biblioteca Pública Estadual do Espírito Santo, desse modo, partimos da seguinte hipótese: o populismo no estado do Espírito Santo foi diferenciado do modelo comum recorrente na região sudeste, por causa das suas características peculiares que emergiram no processo de sua formação social e histórica. Neste processo observamos a hegemonia das elites vinculadas a exportação e a produção do café, tanto no campo econômico, quanto na estrutura política. Essa hegemonia dificultou a manifestação do populismo como experiência política, e também forçou os laços de compromissos entre as elites cafeeiras e os dirigentes políticos governamentais. Todavia, as transformações capitalistas industriais em curso no Brasil, a partir da década de 1950, como também a crise do café iniciada em 1955, bem como o processo de urbanização (migração campo-cidade), impuseram as lideranças políticas modificações de suas práticas políticas, por ser tratar de um novo ambiente sociopolítico e econômico que se afirmava. Esse novo ambiente heterogêneo socialmente proporcionou a Carlos Lindenberg e Francisco Lacerda de Aguiar a modificar suas práticas políticas, e direcioná-las as massas populares rurais e urbanas, assim, o apoio dessas massas populares passou a ser fundamental, tanto quanto o das elites cafeeiras. Tais mudanças implicaram em vários benefícios materiais às massas populares, como a ampliação dos benefícios da saúde, educação, habitação, saneamento básico e etc. Entretanto, a experiência populista no estado do Espírito Santo entra em declínio com o movimento militar de 1964. Embora o governador Lacerda de Aguiar apoiasse tal movimento, as contradições entre a experiência populista no Espírito Santo e as práticas dos governos militares manifestaram-se em 1965, com as denúncias de corrupção, o resultado disto foi a renúncia do governador Francisco Lacerda de Aguiar. Portanto podemos concluir que o populismo no Espírito Santo, é resultado de uma transformação complexa, que envolve diversas variáveis como o campo social, o político e o econômico. Ainda mais, no populismo do Espírito Santo encontramos a participação tanto dos segmentos populares urbanos e rurais, como também, das elites cafeeiras. Por causa dessa complexidade, as duas lideranças políticas analisadas tiveram que por várias vezes modificar suas práticas políticas com a finalidade de manter-se no poder, numa conjuntura de ambiguidades.

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