ARDIS da Sedução e Estratégias de Liberdade : Escravos e Senhores nos Anúncios de Jornais do Espírito Santo (1849-1888).

Nome: HELOISA SOUZA FERREIRA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 02/05/2012
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
JULIO CÉSAR BENTIVOGLIO Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ADRIANA PEREIRA CAMPOS Examinador Interno
GERALDO ANTONIO SOARES Examinador Interno
JULIO CÉSAR BENTIVOGLIO Orientador
MARCUS JOAQUIM MACIEL DE CARVALHO Examinador Externo

Resumo: Nessa dissertação analisamos os anúncios de escravos publicados em quatro jornais do Espírito Santo no século XIX. Sendo eles: Correio da Victoria (1849-1872), Jornal da Vitoria (1864-1869), O Constitucional (1885-1889) e o Espírito Santense (1870-1899). Analisamos esses documentos como construções discursivas da identidade escrava realizada conforme as convicções dos senhores, dentro de um quadro de expectativas do que se pretendia em termos de qualidades, virtudes e defeitos dos cativos. Apesar dessa documentação se caracterizar pelo olhar de quem as escreve, ou seja, os donos desses escravos, uma análise mais detalhada nos permitiu perceber aspectos das lutas diárias, hábitos, valores, formas de vestir, de comemorar e de reivindicar melhores condições de vida dos cativos. No desenvolvimento da análise percebemos que os periódicos tinham uma importância fundamental para a sociedade do Espírito Santo do século XIX. Esses jornais cumpriram um papel social que foi além das questões políticas partidárias defendidas pelos grupos e associações que os mantiveram e também funcionaram como uma espécie de justiça informal, atuando como uma espécie de poder coercitivo, alertando os infratores da lei de que a persistência no acoitamento acarretaria querelas jurídicas, bem como a sua exposição pública. Essa constatação nos direcionou para a hipótese de que ao comunicar um anúncio de fuga de escravo nos jornais, o anunciante buscava além do retorno do cativo, comunicar um problema, qual seja, o acoitamento de sua propriedade privada por outros indivíduos da sociedade, que muitas vezes foram denominados nas fontes como sedutores. Esses sedutores puderam ser melhor identificados neste trabalho com o auxilio de alguns inquéritos encontrados que envolviam essas contendas de fugas de escravos, e que revelaram que esses acobertadores não precisaram de muitos artifícios para seduzir os cativos, ou ainda que em alguns casos eles foram os seduzidos.

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