Roma e a Representação de Domínio do Mundo no Contexto das Guerras Púnicas: uma Leitura das Histórias, de Políbio

Nome: JOSÉ GUILHERME RODRIGUES DA SILVA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 04/05/2010
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
GILVAN VENTURA DA SILVA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANTONIO CARLOS AMADOR GIL Examinador Interno
CLAUDIA BELTRÃO DA ROSA Examinador Externo
GILVAN VENTURA DA SILVA Orientador
SERGIO ALBERTO FELDMAN Examinador Interno

Resumo: No período das Guerras Púnicas ocorre uma mudança fundamental na história de Roma. A nobreza romana, antes detentora do domínio na esfera da Península Itálica, torna-se representante da principal potência no Mediterrâneo. Mas nesse período surgem, igualmente, mudanças na forma em que essa nobreza expressa o poder em seu posicionamento político perante outros povos e no conceito do que é ser romano. Nosso estudo procura demonstrar essas mudanças de comportamento e idéias como resultantes do processo de produção da identidade e da representação romanas de domínio do mundo, processo gerado pelas inter-relações entre romanos e cartagineses naquele período. A fonte textual para o estudo é a obra de Políbio, as Histórias, o relato mais antigo e próximo dessas guerras que chegou aos nossos dias. Analisamos a fonte a partir da perspectiva da transmissão histórica de significados e da apreensão destes em símbolos que expressam, através de ações, comportamentos e atitudes transcritas por Políbio, assim como das interpretações e opiniões do historiador grego, as disposições e motivações dos indivíduos e grupos presentes na obra. De acordo com nossa análise, as interações entre romanos e cartagineses no período das Guerras Púnicas foram responsáveis, tanto pela produção daquelas identidade e representação de domínio mundial, quanto da alteridade em relação aos cartagineses posto que a identidade é dependente da marcação da diferença , alteridade simbolizada na figura de Aníbal, percebido como a reificação de Cartago. Em outras palavras, com as Guerras Púnicas, a realidade, da forma que era percebida pelos romanos, se transforma. Portanto, aquelas interações geraram uma nova forma de agir nos romanos: as atitudes romanas ante outros povos passam a traduzir um discurso altamente impositivo, que exprime a nova visão romana do mundo como dominado. O estudo permitiu também observar que o início da dissensão interna à nobilitas romana, após a Segunda Guerra Púnica, foi devido em parte a essa mesma produção de identidade e representação de domínio sobre o mundo.

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