As Múltiplas Trincheiras de Amylton de Almeida: Política e Poder no Jornalismo Cultural do Espírito Santo - o Cinema Como Mundo, a Arte Como Universo (1980-1989)

Nome: JEANNE FIGUEIREDO BILICH
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 24/06/2005
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
MÁRCIA BARROS FERREIRA RODRIGUES Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANNA MARINA DE PINTO BÁRBARA PINHEIRO Examinador Externo
FRANCISCO AURELIO RIBEIRO Examinador Interno
MÁRCIA BARROS FERREIRA RODRIGUES Orientador
SEBASTIÃO PIMENTEL FRANCO Examinador Interno

Resumo: Este trabalho apresenta um recorte biográfico a partir da perspectiva da historiografia contemporânea do ator social Amylton Dias de Almeida (1946-1995), privilegiando sua ação política e cultural no cenário capixaba. Um dos intelectuais mais brilhantes da geração dos anos 60, dedicou-se ao jornalismo, literatura, dramaturgia, documentário e cinema no decorrer das décadas de 60, 70 e 80 do século recém-findo. Os anos 80 são considerados como a década de ouro amyltoniana pelo volume e diversidade da sua produção artístico-cultural. AA. assim assinava suas críticas cinematográficas recebeu premiações, em nível nacional, pelos documentários Os Pomeranos (1977) e Último Quilombo (1980) sendo, no entanto, Lugar de Toda Pobreza (1983), o mais conhecido. O acervo audiovisual que assina forma um painel oitavado revelando peculiaridades da história do Espírito Santo. Influiu de maneira decisiva na formulação da política cultural tanto na capital Vitória, quanto na esfera estadual tendo integrado, por duas vezes, o Conselho Estadual de Cultura do Espírito Santo. Revelou-se um intelectual combativo, engajando-se em causas diversas e implementando inúmeras ações políticas, perfil que o tipifica como um intelectual orgânico na formulação de Antonio Gramsci. No jornalismo cultural destacou-se pela excelência da crítica cinematográfica publicada durante vinte e três anos consecutivos no Caderno Dois de A Gazeta. AA. foi a anima do caderno de cultura do jornal mais importante do Espírito Santo. Independente, dono de um estilo personalíssimo irônico e mordaz Amylton Dias de Almeida era detentor do poder simbólico na concepção de Bordieu. Foi admirado, invejado, temido, odiado e adorado. Jamais ignorado! Tinha o dom de mover a cidade motivando a população para filmes e eventos, bem como para as causas que abraçou. Combateu em suas múltiplas trincheiras por uma nova visão de mundo. Revelou novos talentos na literatura, na música e na produção audiovisual capixaba. Destruiu com sua crítica irreverente, impiedosa e sarcástica os apadrinhados do poder constituído, detentores de benesses e privilégios emanados dos círculos oficiais. Amylton Dias de Almeida foi colhido precocemente pela morte, aos 49 anos, deixando inacabado seu projeto maior: o longa-metragem o primeiro da cinematografia do Espírito Santo O Amor está no Ar que não chegou a editar, a despeito de haver idealizado, roteirizado e dirigido os sets de filmagem. Libertário, independente, criativo, ousado, irreverente, inteligente, sensível e voraz leitor, Amylton Dias de Almeida foi, na definição de Paulo Hartung, um guerreiro dos ideais: incansável na luta contra a opressão e em favor da justiça social, cidadania e democracia.

Palavras-chave: Biografia - Carreira; História - Espírito Santo (Estado); Política cultural - Espírito Santo; Crítica cinematográfica; Jornalismo - Espírito santo.

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