O Fogo de 51: o episódio traumático e a literatura sobre o trauma na obra Barra Velha, o último refúgio (1978; 1985)
Nome: CAMILA MARGON MASSI
Data de publicação: 13/01/2025
Banca:
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Papel |
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CAMILA BUENO GREJO | Examinador Interno |
HENRIQUE ANTÔNIO VALADARES COSTA | Examinador Externo |
JULIO CESAR BENTIVOGLIO | Presidente |
Resumo: Esta pesquisa analisa o Fogo de 1951, ocorrido na comunidade indígena Pataxó de Barra Velha, no extremo sul da Bahia, como um trauma, que marca um momento singular na história dessa população. O evento é apresentado como uma possível ruptura, no qual a rede de sociabilidade dos indígenas é alterada permanentemente. Utiliza-se como fonte principal a obra Barra Velha: o último refúgio (1978; 1985) a fim de compreender o evento como traumático por meio da narrativa dos próprios indígenas. Fontes jornalísticas são mobilizadas a fim de ressaltar possíveis diferenças e as similaridades entre a versão oficial e a testemunhal presente no livro. Utiliza-se as edições de maio e junho de 1951 dos jornais Imprensa Popular (Rio de Janeiro) e O Momento (Bahia) e A Tarde (Bahia) para a construção argumentativa. A partir das discussões propostas pelo historiador norte-americano Dominick LaCapra, busca-se discutir a dimensão traumática do evento e a sua representação nas fontes selecionadas. Para atingir esse fim, emerge a necessidade de conceitualizar a obra enquanto uma literatura de testemunho de acordo com as perspectivas defendidas pelo teórico e crítico literário Marcio Seligmann-Silva, e também as suas mobilizações acerca da escrita moderna sobre o trauma. Utilizando-se de uma análise comparada e de conteúdo das fontes selecionadas, centralizada na análise de Barra Velha: o último refúgio, pretende-se alcançar uma análise do trauma do Fogo de 1951 e de sua construção narrativa enquanto forma de perlaborar o trauma.