Representações do “Perigo Vermelho”: o imaginário anticomunista no Estado do Espírito Santo (1930-1937)

Nome: RODRIGO CARVALHO SANTOS LIMA

Data de publicação: 07/08/2024

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANDRE RICARDO VALLE VASCO PEREIRA Examinador Externo
PEDRO ERNESTO FAGUNDES Presidente
RODRIGO PATTO SÁ MOTTA Examinador Externo
UEBER JOSE DE OLIVEIRA Examinador Interno

Resumo: Trata do anticomunismo no Espírito Santo durante a Era Vargas (1930-1937), observando como o conservadorismo histórico, do povo e das elites capixabas, contribuiu para a propagação e pregnância de culturas políticas que favoreceram os interesses das elites políticas locais. Tem, no recorte temporal, dois marcos da história política nacional, isto é, dois golpes políticos/militares: a chegada de Vargas ao poder e a instituição do Estado Novo. Investiga, em jornais e revistas relevantes do período, a forma de atuação das mídias na propaganda anticomunista, valendo-se, para isso, da Análise do Discurso. Também analisa entrevistas concedidas por personagens que vivenciaram o período e fontes (documentos policiais, panfletos e manifestos) do Banco de Dados Memórias Reveladas do Ministério da Justiça, da Delegacia de Ordem Política e Social (DOPS), do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (APEES) e jornais da Hemeroteca Digital Brasileira. Na leitura de tais textos, problematiza as relações da Igreja Católica com o governo interventor de João Punaro Bley e como os respectivos interesses e pensamentos ideológicos eram propagandeados, visando à consolidação de projetos políticos, que também fortaleciam um habitus anticomunista preventivo. Além disso, investiga o papel de intelectuais orgânicos na construção de um consenso hegemônico anticomunista e a atuação da Ação Integralista Brasileira (AIB) como uma das principais organizações anticomunistas no estado. De outro lado, identifica e estuda as ações de organizações de esquerda e de elementos comunistas no movimento sindical, na formação de partidos, nas greves e na disputa cultural contra o “reformismo autoritário” do Governo Bley, das elites políticas e do Movimento Integralista. Para isso, analisa a atuação do jornal Diário da Manhã durante a greve de 1935 dos trabalhadores da Companhia Central Brasileira de Força Electrica e seu papel na criminalização do movimento. Considera a Aliança Nacional Libertadora capixaba como frente ampla antifascista. A partir dessas análises, defende que o imaginário anticomunista, no Espírito Santo, foi usado como arma simbólica para desenvolver uma blindagem ideológica nos diversos campos dessa sociedade. Considera o anticomunismo capixaba preventivo, inespecífico e importado de outros centros disseminadores desses pensamentos, pois a esquerda revolucionária local se encontrava em processo embrionário. Assim, o imaginário e representações anticomunistas foram usados para atacar qualquer forma de luta política e sindical que não fosse do interesse do bloco histórico em processo de consolidação, favorecendo a readaptação e consolidação das forças políticas e econômicas ao redor do projeto varguista e do interventor Bley.

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