Domingos Vandelli (1735-1816): História Natural e utilitarismo ilustrado em fins do Antigo Regime português
Nome: LUCAS ONORATO BRAGA
Data de publicação: 06/07/2023
Banca:
Nome | Papel |
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MIGUEL FILIPE FERREIRA FIGUEIRA DE FARIA | Examinador Externo |
PATRICIA MARIA DA SILVA MERLO | Presidente |
SEBASTIAO PIMENTEL FRANCO | Examinador Interno |
Resumo: O surgimento da Ciência Moderna (séc. XVI-XVII) correspondeu a um processo de mudanças paulatinas na produção intelectual e cultural da Europa Ocidental. Nesse contexto, as ciências da natureza se tornaram o foco das academias, pois o domínio da mesma era considerado como fonte essencial para o bem-estar social bem como o terreno no qual se exercia o poder do homem civilizado. Em Portugal, esse movimento ganhou impulso em 1764 com a chegada do naturalista paduano Domingos Vandelli (1735-1816). Um dos sócios efetivos que formou o núcleo de fundadores da Academia Real das Ciências de Lisboa (1779), cuja produção científica se destacava pelo carácter eminentemente prático. Nesse aspecto, Vandelli pode ser considerado como um dos principais mentores da ação das instituições lusas, como atesta suas inúmeras publicações no âmbito da Universidade de Coimbra e da Academia Real. Nesse diapasão, o projeto toma como referência os apontamentos de Pierre Bourdieu (1998) e Sabina Loriga (1998) para o mapeamento de trajetórias. Desse modo, elegemos como objeto central dessa pesquisa avaliar a importância de Domingos Vandelli no panorama da História Natural na segunda metade do século XVIII português, a partir de sua trajetória pessoal. Nesse cenário, interessa-nos aferir em que medida suas obras se inscrevem no projeto vandelliano de descrição da natureza de Portugal e seus domínios, visando indicar elementos que subsidiassem uma estratégia para o melhor aproveitamento desses recursos disponíveis, contribuindo para uma ação mais concreta das instituições no domínio econômico.