Tem xiririca na bixanxa: movimentações de lésbicas, gays, bissexuais e
travestis no Espírito Santo entre 1960 e 1989
Nome: RANDAS GABRIEL AGUIAR FREITAS
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 12/08/2022
Orientador:
Nome | Papel |
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LUIZ CLÁUDIO MOISÉS RIBEIRO | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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CARLOS EUGÊNIO SOARES DE LEMOS | Coorientador |
RAFAEL FRANÇA GONÇALVES DOS SANTOS | Examinador Externo |
JÉSIO ZAMBONI | Examinador Externo |
LÍVIA DE AZEVEDO SILVEIRA RANGEL | Examinador Interno |
LUIZ CLÁUDIO MOISÉS RIBEIRO | Orientador |
Resumo: No presente trabalho analisamos as movimentações de gays, lésbicas, bissexuais e travestis no Estado do Espírito Santo entre os anos de 1960 e 1989. Por meio de reportagens da imprensa oficial, alternativa e homossexual, entrevistas com Tina Moreira, Edson Ferreira e Claudino de Jesus, e documentos produzidos pelos órgãos de censura, controle e repressão do Estado brasileiro durante a Ditadura Militar (1964-1985) e o período da Redemocratização, investigamos como homossexuais e travestis se apropriaram do território da Grande Vitória e de cidades do interior, como Colatina, produzindo uma cidade possível de ser vivida. Ademais, indagamos quais representações e descontinuidades discursivas foram produzidas por e sobre esses sujeitos e como estas atuavam no processo de subjetivação, na conformidade e na tentativa de construir uma unidade de grupo. Além disso, examinamos a conjuntura de emergência do primeiro grupo capixaba em defesa da dignidade de gays, lésbicas, bissexuais e travestis, o Triângulo Rosa pela Dignidade Humana (TRpDH), criado logo após o início da Campanha Nacional contra a Aids no Espírito Santo, em 1987. Nos questionamos: Quais fatores atuaram na emergência do TRpDH? A entidade surgiu como uma resposta à epidemia de HIV/Aids? Por que no início da década de 1980 não se formou um grupo no Espírito Santo, visto que grupos de ativismo nos estados circunvizinhos já se faziam presentes? Acreditamos que o caminho para pensarmos essas questões passa por compreender o cenário local e as singularidades de homossexuais e travestis no contexto capixaba. Analisamos, portanto, o corpus documental bem como revisamos a literatura sobre o tema em questão com o auxílio do arcabouço teórico da História Cultural. Nos amparamos, nesta pesquisa, nos conceitos de representação, dispositivo de sexualidade e sujeito, sistema de sexo-gênero, performance, política sexual, desejo de nação, e dispositivo da AIDS, respectivamente cunhados por Roger Chartier, Michel Foucault, Gayle Rubin, Judith Butler, Renan Quinalha, Richard Miskolci, e Nestor Perlongher. O método utilizado para análise das fontes é a análise do discurso foucaultiana, que privilegia investigar tanto o discurso no momento de sua fala, quanto suas descontinuidades, sem prender-se à origem do discurso.