\\\"À luz do sol\\\" Therezinha Zerbini e as mobilizações pela Anistia na Ditadura Militar: Conexões, Espionagem e Política (1975-1979)
Nome: BRENDA SOARES BERNARDES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 18/10/2021
Orientador:
Nome |
Papel |
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| PEDRO ERNESTO FAGUNDES | Orientador |
Banca:
| Nome |
Papel |
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| ANA RITA FONTELES DUARTE | Examinador Externo |
| CARLA SIMONE RODEGHERO | Examinador Externo |
| PEDRO ERNESTO FAGUNDES | Orientador |
| UEBER JOSÉ DE OLIVEIRA | Examinador Interno |
Resumo: Idealizadas pelas oposições à Ditadura Militar brasileira, as mobilizações pela anistia estenderam-se entre 1975 e 1979, culminando com a sanção da Lei n. 6. 683/1979, a Lei de Anistia. Esta Dissertação percorre os cinco anos da campanha pró-anistia através da trajetória de Therezinha Zerbini (1928-2015), fundadora e líder do primeiro Movimento organizado no país, o Movimento Feminino pela Anistia (MFPA). Inicialmente, a anistia proposta deveria contemplar exilados, cassados e presos políticos. Entretanto, com o desenvolver do Movimento, houve uma ampliação no sentido da medida, compreendida como conquista dos direitos humanos e da democracia. Este trabalho defende que tais mobilizações foram possíveis ante a existência de diversas conexões, de natureza temporal (geracional) e espacial (transregional e transnacional), capazes de reunir pessoas, ideias e objetos no tempo e no espaço. Na dimensão temporal (geracional), identificou-se a presença e a ausência de indivíduos capazes de dotar a anistia de sentido e identidade regional. Na dimensão espacial, verificou-se uma extensa circulação de pessoas e ideias no Brasil e no exterior. Portanto, a hipótese sustenta que as mobilizações transcendem as fronteiras temporais, espaciais e politicamente definidas. Argumenta-se que as mobilizações potencializaram a retomada dos espaços públicos e da democracia, ao incluí-la entre suas demandas e ao situar a pluralidade e o dissenso como condição da vida política. Haja vista a quantidade de personagens e lugares inscritos nas mobilizações, optou-se por percorrer a campanha através das ações de Therezinha Zerbini, umas das mais relevantes personalidades a promover as conexões, por intermédio de contatos, conferências, entrevistas e viagens. A partir desse itinerário, atentou-se ao peso da dimensão regional, cujas marcas se particularizavam conforme as realidades e as identidades. Por conseguinte, procurou-se localizar as conexões temporais e espaciais promovidas por Zerbini e, de forma geral, pelos Movimentos de Anistia, em especial o MFPA, o Comitê 1º de Maio pela Anistia e o Comitê Brasileiro pela Anistia (CBA). Ainda, procurou-se compreender os Movimentos de Anistia enquanto movimentos sociais centrais da década de 1970, observando seu desenvolvimento e potencialidade na reconstrução da democracia no Brasil. Ao considerar as fontes utilizadas para esta pesquisa, o acervo do Serviço Nacional de Informação (SNI), analisou-se a espionagem exercida pela Comunidade de Informações aos Movimentos de Anistia e, especialmente, a Therezinha Zerbini, através da análise do discurso. Por fim, chamou-se atenção para o protagonismo exercido por Zerbini e a invisibilidade que se abateu sobre a personagem no pós-1979.
Palavras-chave: Ditadura Militar; Anistia; Política; Espionagem; Therezinha Zerbini.
