Uma imersão no passado-presente: o revisionismo bolsonarista sobre a ditadura (2011-2019)
Nome: ARIEL CHERXES BATISTA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 04/08/2020
Orientador:
Nome | Papel |
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PEDRO ERNESTO FAGUNDES | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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CAROLINE SILVEIRA BAUER | Examinador Externo |
JUÇARA LUZIA LEITE | Examinador Interno |
UEBER JOSÉ DE OLIVEIRA | Examinador Interno |
PEDRO ERNESTO FAGUNDES | Orientador |
Resumo: Entre 1964 e 1985 adveio a Ditadura Militar no Brasil. Desdobrada a partir de um Golpe Civil-Militar, contra o presidente João Goulart em 31 de março de 1964. Apoiada pelo governo americano e organizada pelas Forças Armadas e por setores da elite brasileira, a medida teria buscado conter o suposto avanço comunista no país. Os episódios que circundam a Ditadura Militar ocasionaram controvérsias estendidas até os dias atuais. É possível observar em discursos da sociedade civil, ou mesmo em parcelas ligadas aos meios institucionais, a defesa da construção de uma narrativa revisionista sobre esta fase da história republicana brasileira. Afirma-se que o atual presidente, Jair Messias Bolsonaro, assim como seu grupo político, são grandes entusiastas do revisionismo. Por conseguinte, a ascensão do bolsonarismo ao poder é resultado de uma série de episódios ocorridos no Brasil desde junho de 2013, ocasião em que manifestações e protestos de rua cobriram diversas cidades. Iniciava-se um processo de crise política, evidenciado na polarização da sociedade durante as eleições gerais de 2014, para a qual Dilma Rousseff foi reeleita presidenta em meio a um segundo mandato bastante conturbado, interrompido com o processo de impeachment em 2016. Em torno deste último fato político e histórico sucede uma disputa de narrativas que versa, de um lado, sobre a legitimidade e/ou ilegalidade do afastamento da presidenta, e de outro, acerca da subida ao Poder Executivo de um ex-militar ligado à extrema-direita. Destarte, esta dissertação discute a narrativa revisionista sobre a Ditadura Militar como um aspecto da cultura política bolsonarista, partindo da hipótese de que Bolsonaro busca criar uma versão alternativa sobre esse período da história a partir de sua visão revisionista e saudosista. Argumenta-se que a visão elogiosa ao Regime Militar representa uma ameaça à manutenção de uma democracia sólida no país. Por fim, as fontes documentais utilizadas no trabalho constam majoritariamente de notícias veiculadas em periódicos da imprensa brasileira e internacional entre os anos de 2011 a 2020, além de recursos audiovisuais postados no site Youtube, discursos de personalidades públicas, legislações e do Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil (2009). Todas trabalhadas a partir da metodologia de análise do discurso. No que toca aos aspectos teóricos utiliza-se a abordagem da História do Tempo Presente adjunta aos conceitos de cultura política, revisionismo e bolsonarismo, principalmente.