Estado Novo em cena: A atuação do interventor João Punaro Bley e a articulação das elites políticas no Espírito Santo (1937-1945)
Nome: GABRIELA LOUREIRO BARCELOS
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 26/08/2019
Orientador:
Nome | Papel |
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UEBER JOSÉ DE OLIVEIRA | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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KARULLINY SILVEROL SIQUEIRA | Examinador Interno |
LEANDRO DO CARMO QUINTÃO | Examinador Externo |
PEDRO ERNESTO FAGUNDES | Examinador Interno |
UEBER JOSÉ DE OLIVEIRA | Orientador |
Resumo: Esta pesquisa tem por finalidade investigar a atuação do interventor João Punaro Bley durante o Estado Novo, dando ênfase na relação entre interventoria e as elites políticas. Inicialmente buscamos contextualizar a Era Vargas à nível nacional e regional, identificamos o campo intelectual de apoio às reformas estadonovistas, a fim de compreender o aparato intelectual utilizado na práxis política. Ademais, investigamos a recepção do projeto varguista no Espírito Santo a partir de estudos já feitos, além do diálogo com as fontes. Toda a proposta investigativa desse trabalho, foi possível a partir da identificação dos membros dessa elite e os mecanismos de atuação dentro poder estatal. Destarte, buscamos recriar as redes de contato e de ação entre elites e interventoria, compreendendo as repartições públicas como o campo em que essas forças se estabeleceram. Como fonte utilizamos uma documentação ainda inexplorada nos estudos sobre a Era Vargas no Espírito Santo Fundo de Governadoria do Espírito Santo radiogramas, telegramas e ofícios, além do manuscrito e entrevistas do interventor, bem como alguns periódicos da época: revista Vida Capichaba e o jornal Diário da Manhã. Diante dessa farta documentação estabelecemos a análise de conteúdo como principal recurso metodológico, além da teoria de redes de sociabilidade para reconhecer as articulações necessárias à readaptação das elites nos espaços de poder e da atuação da interventoria. Nossa hipótese norteou a construção desse trabalho, ela consiste em perceber que parte da elite política, inclusive a de forças contrárias a Vargas, foram realocadas nos espaços de poder, indo na contramão ao discurso de ruptura aos regionalismos, característico do Estado Novo. Quanto aos aspectos teóricos, nos apoiamos, principalmente, nos conceitos: de poder simbólico para compreender a ação entre interventor e elites; campo a fim de perceber as estratégias e recursos utilizados para ocupar os espaços de poder; e elites, conceito fundamental para identificar a origem e a força dos grupos diante de um novo momento na história política brasileira, que foi o Estado Novo.