O adágio de meter-me em botas tendo as pernas tortas: a trajetória do escultor del-rei Joaquim Machado de Castro (1731-1788)

Nome: JULIANO GOMES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 25/09/2019
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
PATRÍCIA MARIA DA SILVA MERLO Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ADRIANA PEREIRA CAMPOS Examinador Interno
ALMERINDA DA SILVA LOPES Examinador Interno
MIGUEL FILIPE FERREIRA FIGUEIRA DE FARIA Examinador Externo
PATRÍCIA MARIA DA SILVA MERLO Orientador

Resumo: Essa dissertação apresenta como foco central a trajetória do consagrado escultor régio Joaquim Machado de Castro (1731-1822), no quadro da Modernidade Ibérica. Buscamos apontar contribuições acerca dos usos áulicos da arte e do estatuto social do artista na Corte brigantina ao longo do Setecentos, bem como, reconstituir os contextos que marcaram ascensão de Machado de Castro e as redes de interlocução articuladas por ele nesse transcurso. Tomamos como fontes sua vasta produção intelectual e documentação de cunho privado, em especial, a compilação intitulada Joaquim Machado de Castro – Escultor Conimbricense. Notícia Biográfica e Compilação dos seus Escritos Dispersos, organizada por Henrique de Campos Ferreira Lima (1925). Dentre os principais escritos destacamos: a Carta que hum afeiçoado ás artes do desenho escreveo a hum aluno da escultura (1780), o opúsculo Discurso sobre as utilidades do Desenho (1788) e sua principal obra, Descripção analytica da execução da estatua equestre, erigida em Lisboa á gloria do Senhor Rei Fidelíssimo D. José I (1810).
O trabalho em tela inscreve-se na esteira de diversos estudos cuja abordagem metodológica toma como referência os apontamentos de Pierre Bourdieu (1996) e Sabina Loriga (1998), para o mapeamento de trajetórias. Dada a longevidade da atuação profissional de Machado de Castro, optamos por um recorte fragmentário (1731-1788) que apresenta diferentes facetas do personagem, de aprendiz (1731-1770) à mestre do ofício de escultor (1770-1779) e, por fim, um militante das artes (1780-1788). Acompanhar sua trajetória social passou por esquadrinhar sua rede de sociabilidade, para compreender seu contributo, assim como sua relação com os artistas coevos que atuaram em trabalhos conjuntos ou paralelos aos seus na Corte lusa. Para além disso, interessou refletir sobre as finalidades as quais se destinavam os trabalhos de arte encomendados pelo Estado português, em momentos distintos, entre os governos joanino (1707-1750), josefino (1750-1777) e o mariano (1777-1816), dentro da lógica do Ancien Régime. Por fim, buscamos inquirir sobre a possibilidade de emergência de um incipiente campo artístico em Portugal a partir do surgimento das Academias do Nu (1780) e a Academia do Intendente (1785), e de que forma Machado de Castro atuou visando lograr o sucesso desse movimento de autonomização do campo.

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