Ditadura militar e violência de gênero institucional na Universidade Federal
do Espírito Santo (1971-1973)
Nome: AYALA RODRIGUES OLIVEIRA PELEGRINE
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 08/12/2021
Orientador:
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Papel |
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MARIA BEATRIZ NADER | Orientador |
PEDRO ERNESTO FAGUNDES | Co-orientador |
Banca:
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Papel |
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BRUNELA VIEIRA DE VINCENZI | Examinador Externo |
LANA LAGE DA GAMA LIMA | Examinador Externo |
MARIA BEATRIZ NADER | Orientador |
MIRELA MARIN MORGANTE | Examinador Interno |
PEDRO ERNESTO FAGUNDES | Coorientador |
Páginas
Resumo: Esta pesquisa pretende investigar a violência de gênero institucional praticada pelo Estado militar brasileiro contra as estudantes e militantes políticas da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) entre os anos de 1971 a 1973, auge da repressão da ditadura contra a chamada subversão. Nessa ofensiva, as universidades públicas foram representadas pelos agentes do Estado como ventres de ideias comunistas e de práticas contrárias à moralidade, o que justificou, aos olhos militares, extrapolar os limites de suas atribuições legítimas e cometer inestimáveis violações contra os direitos de homens e mulheres. Às mulheres universitárias que arriscavam a luta contra a ordem ditatorial, coube o peso ainda mais copioso da tortura empreeendida pelos agentes estatais majoritariamente homens, vale mencionar , pois elas violavam a ordem política e ademais a ordem de gênero e sexualidade sedimentada pelo patriarcado. Para compreender o caráter específico da violação contra as mulheres, esta pesquisa busca elementos no percurso histórico da ideologia patriarcal no Brasil e se vale da categoria violência de gênero institucional, entendendo que a sistematização da tortura pelo Estado militar esteve ancorada na manipulação das definições patriarcais de feminilidade e masculinidade. Como fundamento teórico, propõe-se o diálogo entre a História Cultural e a Nova História Política no sentido de compreender como as representações de gênero patriarcais produziram um imaginário que forneceu sentido a ações, comportamentos, discursos e dispositivos políticos compartilhados pelos militares, os quais tinham intenção de controlar corpos, comportamentos e papéis sociais das mulheres. Finalmente, o fundamento metodológico da pesquisa situa-se na Análise de Conteúdo, em seus direcionamento para o tratamento de fontes documentais baseadas na subjetividade predominante nos relatos qualitativos, como a memória.