Defesa de tese de doutorado de Fernando Santa Clara Viana Junior
Título: Rituais cortesãos e cultura alimentar: Elite e cozinha de corte no período joanino (1808-1821).
Data de defesa: 15/06/2022
Horário: 14h
Local: sala de webconferências do CCHN/Ufes
Banca examinadora:
Profa. Dra. Patrícia Maria da Silva Merlo (Presidente/Orientadora - UFES)
Profa. Dra. Maria Cecília Barreto Amorim Pilla (Examinador Externo - PUC/PR)
Profa. Dra. Mônica Chaves Abdala(Examinador Externo - UFU)
Prof. Dr. Julio César Bentivoglio (Examinador Externo - UFES)
Prof. Dr. Sebastião Pimentel Franco (Examinador Interno - UFES)
Resumo: Considerando que a vinda da corte portuguesa ao Brasil (1808) foi o motivador responsável pela atualização dos hábitos das elites brasileiras, a presente tese comprova que a alimentação e as práticas de sociabilidade que a cercam se converteram em traços de distinção da elite local como forma de inserção no universo cortesão, o que implicou em um refinamento de seus modos de vida, a partir de uma reformulação das necessidades de consumo, circunscritos na lógica de um padrão civilizador europeu. Para tanto, elegemos como percurso de análise os anos anteriores à chegada da corte, em que o Rio de Janeiro foi elevado à capital (1763), o período da chegada da corte e os anos iniciais, narrados por John Luccock em sua obra Notas sobre o Rio de Janeiro e partes meridionais do Brasil (1820), por Jean-Baptiste Debret nos tomos de Viagem pitoresca e história ao Brasil (1836-1839), somando a tais fontes as publicações do impresso Gazeta do Rio de Janeiro (1808-1821). Para subsidiar teoricamente a abordagem proposta nessa tese lançamos mão de conceitos basilares na reflexão a respeito das relações sociais e o consumo, dentre os quais destacamos os contributos de Pierre Bourdieu (campo, habitus, poder simbólico, estruturas), Norbert Elias (processo civilizador) e Thorstein Veblen (consumo conspícuo), analisamos como se davam as relações ainda na fase final do período colonial, especialmente no campo de consumo de itens alimentícios e hospitalidade. Em seguida, voltamos nossa análise às perspectivas dos viajantes e como a literatura contemporânea debate os contributos desses sujeitos à compreensão da história. Para tal análise elegemos como metodologia a análise de conteúdo como meio de construção argumentativa a partir da exploração das fontes, conforme proposto por Laurence Bardin.