A Lei de Anistia de 1979 nas páginas do jornal O Globo: a ditadura no pós-ditadura (1979-2019)
Nome: DAVI ELIAS RANGEL SANTOS
Data de publicação: 15/08/2024
Banca:
Nome | Papel |
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ANDRÉ BONSANTO DIAS | Examinador Externo |
CAMILA BUENO GREJO | Examinador Interno |
PATRICIA MARIA DA SILVA MERLO | Examinador Interno |
PEDRO ERNESTO FAGUNDES | Presidente |
VITOR AMORIM DE ANGELO | Examinador Externo |
Resumo: Este trabalho tem o objetivo de analisar as narrativas elaboradas pelos editoriais, colunas e seções do jornal O Globo, acerca da Lei de Anistia de 1979, ao longo dos últimos 40 anos, que reforçam, em nossa visão, a tradição conciliatória brasileira por intermédio do discurso dos “vencedores”, isto é, uma visão oficial acerca do período autoritário numa perspectiva de “discurso histórico irreversível”, à luz das reflexões provocadas por Bevernage (2020) sobre os conceitos de irreversibilidade e de irrevogabilidade. A hipótese central é de que o periódico carioca, através da elaboração de uma linguagem inflexível em favor da inviolabilidade da legislação, desde sua promulgação até o presente, contribuiu para fortalecer o negacionismo histórico sobre a Ditadura Militar no espaço público. Este, por sua vez, recebeu uma avalanche de desinformação oriunda da ascensão das redes sociais na década de 2010, que potencializaram a difusão de notícias em velocidade jamais vista em outro período histórico, a incluir uma variedade de mentiras e notícias falsas sobre determinados acontecimentos recentes. Por conseguinte, esta tese elegeu O Globo como fonte para as reflexões sobre os enunciados que auxiliaram a consolidar o esquecimento e a negação do passado ditatorial. Utiliza-se a História do Tempo Presente como linha teórico-metodológica para compreensão deste período, abrindo novas possibilidades de reflexões para o campo das Ciências Humanas.