Alegorias da repressão: a modernização de Vitória sob o olhar crítico de Amylton de Almeida em Blissful Agony (1972)
Nome: KELLY ALVES ANDRADE
Data de publicação: 14/06/2024
Banca:
Nome | Papel |
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ANTONIO LEAL DE OLIVEIRA | Examinador Externo |
JOSEMAR MACHADO DE OLIVEIRA | Presidente |
MARIA JOÃO DE OLIVEIRA SEQUEIRA CANTINHO | Examinador Externo |
PATRICIA MARIA DA SILVA MERLO | Examinador Interno |
Resumo: Esta dissertação analisa Blissful Agony, romance inaugural do jornalista Amylton de Almeida, impresso nas oficinas gráficas do Jornal O Diário em 1972. Narrado em terceira pessoa, em um único parágrafo, ele representa o espaço da cidade de Vitória onde um narrador onisciente descreve o fluxo de consciência do protagonista, mediante o uso de repetições em diferentes posições sintáticas, similar ao presente contínuo desenvolvido por Gertrude Stein, indicando a dissolução do tempo cronológico e o caráter psicológico e introspectivo do narrador refugiado em seus pensamentos. A metropolização da capital capixaba é narrada do ponto de vista do personagem estagnado em um presente angustiante e opressor. Subsumido à condição de homem moderno, observa as transformações geográficas e sociais com desgosto e desconfiança, e sua rememoração do passado traduz a nova experiência no território descaracterizado. Valendo-se da melancolia existente na lírica do poeta francês Charles Baudelaire e reativada por Walter Benjamin em sua leitura alegórica da modernidade, busca-se destacar a melancolia para se efetivar uma compreensão alegórica de Blissful Agony, entendido como um fragmento literário capaz de revelar aspectos do passado histórico capixaba. Por meio do recurso ao método benjaminiano da montagem literária, a dimensão contraditória da modernização militar no Espírito Santo é capaz de ser revelada na mobilização do romance amyltoniano, tomado como um médium-de-reflexão no presente cognoscível.