Defesa de dissertação de mestrado de João Pedro Rodrigues de Andrade

Título: A atuação popular em Constantinopla no contexto da disputa entre Paulo e Macedônio: um estudo com base nas Histórias Eclesiásticas (337-360)
Data de defesa: 17/06/2021
Horário: 14:00
Local: sala de reunião virtual

Banca Examinadora: Gilvan Ventura da Silva (Presidente/Orientador – UFES)
Belchior Monteiro Lima Neto (Examinador Interno – UFES)
Érica Cristhyane Morais da Silva (Examinador Interno – UFES)
Hariadne Soares da Penha Bocayuva (Examinador Externo – SEDU/ES)
 

Resumo: Nessa dissertação, investigamos a atuação popular na disputa que opôs Paulo e Macedônio pelo bispado da cidade de Constantinopla entre os anos de 337 e 360, embate que se insere na chamada Questão Ariana. Além de seu viés teológico, a Questão Ariana se desenvolveu durante o governo de Constâncio II como uma dinâmica sociopolítica, afetando tanto a esfera clerical quanto a administração do Império romano. A busca por estabelecer-se como ortodoxia fez com que nicenos e arianos disputassem pela ordenação de bispos que representassem tais posições. Já a faceta popular desse conflito tomou ruas, praças e igrejas de Constantinopla como espaços de embate não só pela interpretação teológica de cada grupo, mas pela materialidade da cidade e por seu cotidiano. Para tal análise, nos apoiamos nas Histórias Eclesiásticas de Sócrates de Constantinopla, Sozomeno Escolástico e Teodoreto de Ciro, obras historiográficas compostas no século V que recontam o percurso do cristianismo desde sua aceitação como religio licita por Constantino até o reinado de Teodósio II. As obras, além de traçarem um panorama da relação entre a Igreja e o Estado romano, caracterizam a ação popular enquanto parte integrante do conflito entre arianos e nicenos, descrevendo tumultos, manifestações e sedições dos citadinos contra seus iguais ou contra autoridades episcopais e administrativas. Nossa interpretação de tais eventos é regida pelos conceitos de espaço, segundo Alexandre Guida Navarro e Marina Löw, cidade, trabalhado por José D’Assunção Barros e Jean Paul Lacaze, identidade e alteridade, ambos sob as perspectivas de Kathryn Woodward e Zygmunt Bauman, mixofilia e mixofobia, de Zygmunt Bauman, conflito, sob o olhar de Gianfranco Pasquino, e, por fim, violência, mediante as contribuições de Hannah Arendt, Roger Dadoun e Mário Stoppino. A metodologia empregada em nossa pesquisa é baseada na análise categorial, ferramenta que compõe a Análise de conteúdo, como proposta por Laurence Bardin.

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