Defesa de dissertação de mestrado de Letícia Martins Calheiros

Título: Projeto nazista de desumanização: análise das relações sociopolíticas no campo de concentração na obra É isto um homem?
Data: 25/08/2023
Horário: 14h30
Local: Sala de Seminários do IC III – CCHN/UFES

Banca examinadora:
Prof. Dr. Josemar Machado de Oliveira (Presidente/Orientador – UFES)
Prof. Dr. Augusto Bruno de Carvalho Dias Leite (Examinador Externo – Unifesp)
Prof. Dr. Julio Cesar Bentivoglio (Examinador Interno – UFES)

Resumo: Esta pesquisa possui o intuito de realizar uma análise das relações sociopolíticas no campo de concentração a partir do testemunho de experiência do judeu italiano Primo Levi (1919-1987) na obra É isto um homem? de 1947. Os relatos produzidos pelo autor no período em que esteve no campo de trabalho de Auschwitz-Monowitz, entre os anos de 1944-1945, serão utilizados como fonte para identificar as possíveis relações sociopolíticas relatadas por Levi em seu confinamento. A partir do que o autor traz como um plano nazista de desumanização de seus prisioneiros, pretende-se relacionar a execução do propósito dos alemães com vínculos interpessoais encontrados em seu livro, para produzir uma análise acerca de como as relações cotidianas entre os prisioneiros contribuíram ou não para o processo de desumanização. Dessa maneira, Primo Levi em É isto um homem? realiza em seu decorrer uma reflexão acerca da condição humana dentro daquela nova realidade, que é o campo de concentração – no seu caso, Auschwitz. Dentro dessa ponderação, o autor se questiona a respeito do que eles, enquanto prisioneiros, perderam, ou melhor, foi-lhes retirado: seus bens, seus familiares, suas casas, seus sonhos, seus direitos, suas vidas, suas identidades e até seus nomes. Para essa reflexão, Levi utiliza suas experiências enquanto prisioneiro nazista como forma de representação das vivências de diversos prisioneiros dos campos de concentração, juntamente com ao que esses “homens” eram submetidos e se tornavam no decorrer dessa experiência inimaginável para todos aqueles que não a presenciaram, exemplificando ao longo de sua explanação o cotidiano de suas relações sociopolíticas no Lager (campo de concentração) entre os prisioneiros e os funcionários do local, representantes do regime nazista. Essas vivências experimentadas e relatadas pelo autor, e tantos outros perseguidos pelo regime hitlerista, demonstram o que representava todo o ordenamento macro do regime nazista e os seus objetivos universais e totalitários.

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