CONFLITO Agrário e Esvaziamento Populacional: a Disputa do Contestado Pelo Espírito Santo e Minas Gerais (1930-1970)

Nome: WALACE TARCISIO PONTES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 10/08/2007
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
SEBASTIÃO PIMENTEL FRANCO Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
MÁRCIA BARROS FERREIRA RODRIGUES Examinador Interno
NARA SALETTO DA COSTA Examinador Interno
SEBASTIÃO PIMENTEL FRANCO Orientador

Resumo: Nas primeiras décadas do séc. XX as frentes de colonização mineira e capixaba se facearam nos arredores da Serra dos Aimorés, ávidas por darem inicio à ocupação das fartas extensões de terras da região. Ao se expandir a fronteira agrícola de Minas Gerais abriu passagem por densas e inóspitas matas, indo além da incontínua orografia que delimitava sua borda oeste. Rumou em direção ao mar e defrontou-se com a vaga
humana que caminhava em sentido oposto. Com suas fronteiras ainda imprecisas naquela região, os governos dos estados do Espírito Santo e de Minas Gerais, sob argumentos antagônicos, arvoravam jurisdição sobre o imenso território, litigando exaustivamente nos tribunais enquanto grandes levas de migrantes em busca de terras
devolutas e alheios às disputas políticas e judiciais impulsionavam uma abrupta ocupação da zona contestada. A enorme distância dos centros urbanos, as dificuldades de acesso e a precária e incipiente estrutura político-social que caracterizaram a dura vida dos primeiros habitantes daquele território não inibiu um rápido e singular crescimento
populacional entre os anos de 1930 a 1960, período em que as taxas de crescimento demográfico da Serra dos Aimorés superaram significativamente as registradas nas demais regiões do país. A existência de jurisdições conflitantes levou à zona contestada a
sobreposição de autoridades, enfraquecendo a presença do próprio poder público na região e marcando de forma ainda mais particular o duro cotidiano de seus habitantes. Onde havia várias autoridades nenhuma se impunha, prevalecendo a lei do mais forte, o que vitimou especialmente os migrantes que para lá haviam rumado em busca de terras para subsistência de suas famílias. Neste contexto, fraudes, ameaças, abusos e agressões foram cometidos tanto por jagunços a mando de poderosos latifundiários quanto por agentes do estado atuando contra os pequenos lavradores que se apossearam de terras na zona contestada. O clima de insegurança repercutiu significativamente no processo de ocupação da região, influenciando nas décadas
seguintes o surgimento de um êxodo rural igualmente sem paralelo em nossa historiografia regional.

Palavras-chave: Espírito Santo, Minas Gerais, Zona Contestada, violência crescimento populacional, êxodo rural.

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