A naumachia imaginada: a comunidade galo-romana e a propaganda imperial na
obra Mosella, de Ausônio (Séc. IV)
Nome: ANDERSON LEONARDO VAZ STEIN
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 05/10/2021
Orientador:
Nome | Papel |
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ÉRICA CRISTHYANE MORAIS DA SILVA | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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HELENA AMÁLIA PAPA | Examinador Externo |
BELCHIOR MONTEIRO LIMA NETO | Examinador Interno |
GILVAN VENTURA DA SILVA | Examinador Interno |
ÉRICA CRISTHYANE MORAIS DA SILVA | Orientador |
Resumo: Esta Dissertação analisa as relações de poder entre o imperador Valentiniano I (364-375) e as elites ocidentais do Império Romano, no século IV d.C., a partir da imagem pública construída acerca do governante, bem como da representação coletiva e idealizada das elites galo-romanas. A investigação se debruça sobre o Mosella, uma obra poética datada entre as décadas de 360 e 370, cuja autoria remonta a Décimo Magno Ausônio. O poema foi composto no contexto da corte imperial de Valentiniano, em um período no qual a administração estava localizada em Augusta Treverorum, na Gallia Belgica. Em seus versos há a perspectiva de um membro da elite galo-romana, subordinado ao imperador. Nesse sentido, aferimos a construção de uma propaganda a Valentiniano, edificada por meio da veiculação da imagem de um governante bem-sucedido na esfera militar. Por outro lado, identificamos a elaboração da imagem de uma elite galo-romana coesa, sob o compartilhamento de símbolos e valores que remetem a um universo greco-romano. O evento da naumachia, isto é, a batalha naval encenada no rio, canaliza esses símbolos e conecta uma comunidade galo-romana imaginada à política imperial empreendida na Gallia Belgica. Ainda, utilizamos outras documentações de Ausônio, sendo elas o poema Bissula e os epigramas XXVIII e XXXI, além de uma epístola destinada ao poeta, de autoria de Símaco. Como aparato teórico empregamos o conceito de propaganda, a partir de Peter Burke (2009), de comunidade imaginada, a partir de Benedict Anderson (2008), e de espaço, a partir de José DAssunção Barros (2017). Como instrumental metodológico recorremos à análise categorial, sob Laurence Bardin (2006).
Palavras-chave: Antiguidade Tardia. Gálias. Valentiniano I. Ausônio. Mosella.