A OBRA DE LUÍS ANTÔNIO VERNEY E A QUESTÃO DO ILUMINISMO EM PORTUGAL

Resumo: Luís António Verney (1713-Lisboa – 1792-Roma) tornou-se conhecido pelo mundo, graças, principalmente, ao seu Verdadeiro Método de Estudar, que alcançou larga repercussão já no século XVIII. Esta obra tem lugar central dentro do debate sobre a chamada "Modernidade Ibérica". No contexto da Ilustração Portuguesa, elegemos como proposta de trabalho avaliar a relação entre os aspectos fundamentais do Iluminismo dos grandes centros europeus e o caso português, buscando demonstrar o quão significativo é o pensamento de Verney para a ampliação do debate acerca do Iluminismo em Portugal. O pensador em questão ilustra a contestação que a Companhia de Jesus vinha recebendo no século XVIII. Interessa-nos, em especial, examinar a documentação produzida por Verney no século XVIII, em particular aquela que seria sua obra mais conhecida e difundida, O Verdadeiro Método de Estudar. Assim, nossa proposta é procurar estabelecer uma conexão mais direta entre a obra de Verney e o reinado de D. João V, que se desenvolveu a partir de 1707. Embora muitas vezes a historiografia tenha estabelecido uma conexão entre Verney e as reformas efetuadas pelo ministro de D. José, Sebastião José de Carvalho e Melo (Marquês de Pombal), entre 1750 e 1777, entendemos que é necessário verificar as relações entre essa parte de sua produção intelectual e epistolar e o próprio contexto em que foi formulada. De certa forma, o Verdadeiro Método de Estudar exprime as relações entre Igreja e Estado naquele período, especialmente no tocante à forma como concebe a conciliação entre Teologia e Filosofia moderna. Pretende-se, por fim, acompanhar a trajetória de Verney naqueles tempos, considerando os diferentes contextos de sua vida, atentando para possíveis nuanças em seus textos e buscando uma compreensão a partir de possíveis diálogos que estabelece com a tradição intelectual e com seus contemporâneos, conforme proposição de Quentin Skinner. Para este historiador, bem como para outros integrantes da chamada Escola de Cambridge, como John Pocock, os diálogos travados não devem ser vistos como simples enunciados, verbais ou escritos, mas como discussões, interpolações ou respostas a outros “atos de discurso” (speech acts), vindo daí a necessidade de contextualizações rigorosas no trato das idéias.

Data de início: 03/10/2011
Prazo (meses): 24

Participantes:

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Coordenador PATRÍCIA MARIA DA SILVA MERLO
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