Disciplinando os corpos das virgens e viúvas: Ambrósio e a formação de uma hierarquia feminina na congregação milanesa (Séc. IV)

Nome: LARISSA RODRIGUES SATHLER
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 17/09/2018
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
GILVAN VENTURA DA SILVA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
BELCHIOR MONTEIRO LIMA NETO Examinador Interno
ÉRICA CRISTHYANE MORAIS DA SILVA Examinador Interno
GILVAN VENTURA DA SILVA Orientador
SILVIA MÁRCIA ALVES SIQUEIRA Examinador Externo

Resumo: Nesta dissertação, investigamos como as mulheres foram representadas nos discursos episcopais do século IV, época em que virgens e viúvas consagradas tornaram-se um componente fundamental do corpo místico da Igreja. Para tanto, examinamos os tratados De uirginibus e De uiduis, nos quais Ambrósio, bispo da sé de Milão (374-397), formula um conjunto de regras disciplinares direcionadas aos corpos das devotas com o intuito de sacralizá-los. O discurso ascético ambrosiano nos proporciona uma excelente oportunidade de estudar melhor a relação de poder estabelecida entre os sexos que marcou as comunidades episcopais do Ocidente, uma vez que revelam uma representação da mulher segundo os códigos próprios da dominação masculina. Por outro lado, o caráter propagandístico da vida ascética contido nos tratados aqui investigados viabiliza a compreensão de como o ascetismo feminino tornou-se, na Antiguidade Tardia, um meio pelo qual as mulheres devotas, mesmo à margem dos ofícios eclesiásticos, obtiveram prestígio em suas respectivas comunidades. No que se refere à congregação milanesa, em particular, pode-se notar que o discurso de Ambrósio vislumbra a formação de uma hierarquia feminina, na qual a posição dos sujeitos se explica, dentre outros fatores, pelo grau de abstinência sexual. Logo, estamos falando de uma hierarquia na qual as virgens, seguidas das viúvas, ocupariam um lugar superior ao das casadas. Em termos teóricos, utilizamos os conceitos de representação, de Roger Chartier; de corpo, de José Carlos Rodrigues; de gênero, de Joan Scott; de performatividade, de Judith Butler; de dominação masculina, de Pierre Bourdieu; e de disciplina, de Michel Foucault. Para a realização da dissertação, o método escolhido foi o da Análise de Conteúdo, tal como proposta por Laurence Bardin.

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