A Narrativa Histórica da Superação do Atraso: um Desafio Historiográfico do Espírito Santo

Nome: RAFAEL CERQUEIRA DO NASCIMENTO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 05/04/2016

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANDRE RICARDO VALLE VASCO PEREIRA Examinador Externo
ANTONIO CARLOS AMADOR GIL Orientador
MARIA DA PENHA SMARZARO SIQUEIRA Examinador Interno
MARIA REGINA CELESTINO ALMEIDA Examinador Externo
UEBER JOSÉ DE OLIVEIRA Examinador Interno

Resumo: Este trabalho tem o objetivo de realizar uma história da historiografia do Espírito Santo buscando compreender as formas, as funções e os significados que tiveram as diferentes manifestações historiográficas sobre o Espírito Santo entre a década de 1960 e o início do século XXI. Para isso, analisa as obras História do Estado do Espírito Santo, de José Teixeira de Oliveira (1975), História do Espírito Santo, de Maria Stella de Novaes (1964), O Espírito Santo é assim, de Neida Lúcia Borges (1971), e História Geral e Econômica do Espírito Santo: do engenho colonial ao complexo fabril-portuário, de Gabriel Bittencourt (2006). Além dessas, aborda uma nova produção historiográfica que surge na primeira década do século XXI associada aos programas de pós-graduação, em especial, mas não exclusivamente, ao Programa de História Social das Relações Políticas (PPGHIS-UFES). Assim, fundamentando a análise em referenciais da História da Historiografia e da Teoria da História, em especial, Reinhart Koselleck e Jörn Rüsen, avaliamos que tipo de relação as produções historiográficas estabeleceram com o passado local e quais sentidos as narrativas históricas atribuíram para esse passado. Desse modo, por um lado, identificamos a emergência e o percurso de uma narrativa histórica da superação do atraso: a narrativa do progressivo desenvolvimento do Espírito Santo, definida nas obras de José Teixeira de Oliveira, Neida Lúcia e Maria Stella de Novaes, e a narrativa da formação econômica do Espírito Santo, representada pela obra de Gabriel Bittencourt. Por outro, demonstramos como a nova produção historiográfica, as narrativas críticas do Espírito Santo, tem colaborado com a desconstrução daquelas narrativas mestras sobre o passado do Espírito Santo. Consideramos, assim, que a análise desse percurso da escrita da história local permitiu compreendermos como se constituiu um paradigma de compreensão e formas de narrar o Espírito Santo a partir da noção de atraso e sua superação. Compreendemos que a perspectiva da superação do atraso definiu um lugar para períodos, acontecimentos e personagens históricos que tiveram seu valor para o passado local definidos em função de sua contribuição ou oposição para o desenvolvimento do Estado. Identificamos, com isso, como as narrativas da superação do atraso corresponderam às expectativas dos projetos de desenvolvimento do Espírito Santo e contribuíram para sua legitimação, tanto na década de 1960 com a industrialização, como nos usos políticos do passado recorrentes no discurso político de Paulo Hartung sobre o Terceiro Ciclo de Desenvolvimento já no século XXI. Enfim, avaliamos a importância das narrativas críticas na desconstrução da perspectiva da superação do atraso, na desmitificação do lugar do atraso no passado local bem como sua relevância na definição de diferentes sentidos para a história do Espírito Santo.

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