A Construção da Imagem do Converso:castela e Aragão (séculos XIV-XV)

Nome: KELLEN JACOBSEN FOLLADOR
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 13/08/2009
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
SERGIO ALBERTO FELDMAN Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
GILVAN VENTURA DA SILVA Examinador Interno
LEILA RODRIGUES DA SILVA Examinador Externo
SERGIO ALBERTO FELDMAN Orientador

Resumo: Essa dissertação busca entender a formação da imagem do converso sob a ótica dos cristãos-velhos em Castela e Aragão nos séculos XIV e XV. Durante toda a Idade Média os judeus foram tidos como um povo pecador e infiel, que além de terem sido culpados por Deicídio também traziam várias mazelas aos cristãos. Todo o antijudaísmo que existia em meio aos cristãos se configurou em mitos políticos que representavam o imaginário da Cristandade em relação aos judeus. Muitas vezes esse antijudaísmo aflorava e as comunidades judaicas eram perseguidas e
atacadas, como ocorreu nos reinos de Castela e Aragão no final do século XIV. Os ataques de 1391 que assolaram as comunidades judaicas de ambos os reinos, provocaram a conversão de muitos judeus ao Cristianismo, pois, eles eram obrigados a escolher entre o batismo ou a morte. O contingente de neófitos passou a ser reconhecido como conversos ou cristãos-novos, demonstrando que havia uma discriminação entre os novos cristãos de ascendência judaica e aqueles que haviam nascido no Cristianismo, considerados de linhagem pura. Essa diferença entre os dois grupos de cristãos foi aumentando com o tempo, pois, os cristãos-velhos desconfiavam da religiosidade dos conversos. A questão religiosa gerou conflitos que se somaram a outras questões de cunho econômico, político e social. O conjunto destas questões, por sua vez, se somou com o imaginário e seus mitos políticos que motivaram as revoltas populares contra os conversos, especificamente a revolta de 1449, na cidade de Toledo. Os cristãos-velhos acreditavam que os conversos planejavam destruí-los, pois, os prejudicavam politicamente, socialmente e economicamente, além de serem falsos cristãos. Nesse contexto surgiu a Sentencia Estatuto, que estipulava que todos os cristãos de ascendência judaica seriam indignos de possuírem diversos cargos e benefícios na cidade. Esse
documento deu origem aos Estatutos de Pureza de Sangue que privavam os cristãos descendentes de judeus, de vários cargos tidos como honrados e que não poderiam ser ocupados por quem possuísse sangue impuro. Nesse contexto, acreditamos que tal diferenciação baseada na ascendência surgiu porque a imagem que os cristãos-velhos tinham dos conversos na verdade era a imagem de um judeu,
e, assim, procuraram uma forma de impedir os conversos de terem acesso a determinados cargos e posições sociais que antes das conversões em massa de 1391 eram apanágio somente dos cristãos-velhos.

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