Sob o Estigma da Pobreza: a Ação da Irmandade da Misericórdia no Atendimento à Pobreza em Vitória - ES (1850-1889)

Nome: IZABEL MARIA DA PENHA PIVA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 28/02/2005

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ERINEU FOERSTE Examinador Interno
GILVAN VENTURA DA SILVA Examinador Interno
MARIA DA PENHA SMARZARO SIQUEIRA Orientador
SEBASTIÃO PIMENTEL FRANCO Examinador Interno

Resumo: Nos arquivos e documentos relativos às Santas Casas de Misericórdia do Brasil estão registrados momentos de suprema importância para a construção da história brasileira. Foram retratados nesses papéis não apenas questões administrativas e de estruturação da instituição, mas o processo de construção social. Sua concepção lusitana forjou uma instituição arraigada por um catolicismo predominantemente medieval, vinculado à um conceito de salvação ou danação eterna da alma pela prática da caridade. No século XV, e ainda sob a perspectiva da redenção de pecados como a usura, os portugueses abastados proporcionaram atos caritativos aos menos favorecidos. A união dessa beneficência com a reestruturação do poder administrativo real lusitano, por vezes mais intenso, e a arte da filantropia religiosa, baseada nos escritos evangélicos, foi a pedra angular na formação da Irmandade da Misericórdia. Instituída pela rainha D. Leonor e seu confessor, frei Contreiras, a confraria nasceu em agosto de 1498, na cidade de Lisboa, atendendo aos desígnios da compaixão cristã pelos sofredores. Estabelecida no Brasil nos primórdios coloniais, a Misericórdia chegou à capitania do Espírito Santo com seu primeiro capitão-donatário, Vasco Fernandes Coutinho. Permaneceu pelos séculos seguintes, apesar dos incontáveis momentos de dificuldades econômicas, a administrar os cuidados com os pobres locais, bem como a ser o pilar da cultura lusa na formação da sociedade espírito-santense. No século XIX, com a criação do hospital da Santa Casa da Misericórdia, a Irmandade pode ver seus cuidados com os doentes redobrados. As disputas pela administração da confraria, causa de prestígio entre os bem-nascidos de Vitória, e ainda a visualização de aspectos cotidianos como a situação dos pobres na cidade, seu convívio com os demais moradores, os atos caritativos e de fé da população ou a situação dos poderes locais com a Irmandade, são alguns aspectos que proporcionam um fabuloso espelho a retratar a vida cotidiana em Vitória. A análise da documentação emitida pela Santa Casa no decorrer da segunda metade do século XIX, proporcionou esse estudo sobre as relações políticas que se desenvolviam na sociedade capixaba, realizado com a intenção de auxiliar na construção da história do Espírito Santo.

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