O comércio como propulsor político em Iconha: o coronel Antônio Duarte (1889-1915)

Nome: ALDIERIS BRAZ AMORIM CAPRINI
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 19/04/2007

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ADRIANA PEREIRA CAMPOS Examinador Interno

Resumo: No século XIX, a região que hoje compreende os municípios de Piúma e Iconha apresentou um grande desenvolvimento econômico e crescimento populacional, principalmente a aldeia de Iconha que vai torna-se uma vila próspera a partir do final do século XIX e início do XX, a partir das atividades comerciais da firma Duarte e Beiriz. Nesse contexto, desenvolve-se uma cultura política clientelista em que o comércio vai ser o propulsor para obter e manter o poder. Assim, questiona-se como o desenvolvimento da firma, de propriedade do coronel Antônio José Duarte, possibilitou que ele alcançasse o poder político na vila de Iconha e integrasse a elite política capixaba no período de 1889 1915. Para tanto, a pesquisa foi realizada a partir da leitura de obras sobre o sistema político da Primeira República para nortear as discussões sobre o tema, bem como trabalhos da história local, e de fontes primárias que constam no Arquivo do Instituto Histórico e Geográfico de Iconha e do Arquivo Público Estadual que foram analisadas e discutidas à luz do problema de pesquisa. Assim, apresentamos no primeiro capítulo um panorama da região no século XIX, demonstrando como ocorreu o processo de povoamento e desenvolvimento econômico, em especial a sua relação com a colônia do Rio Novo e a imigração inglesa liderada por Thomas Dutton Júnior e sua contribuição para a região para que possamos compreender, a partir do segundo capítulo, o contexto no qual a Casa Comercial Duarte e Beiriz se estabeleceu em Iconha. Ressalta-se a formação da pequena propriedade com a vinda de imigrantes estrangeiras, que adquiriam as terras da referida firma, e o crescimento urbano da vila, satelitizado pelo comércio que proporcionou aos seus proprietários, especialmente ao coronel Duarte, alcançar o poder político, assunto apresentado e discutido no terceiro capítulo. É apresentada a cultura política em Iconha explicando que a dependência estabelecida entre o comerciante e a população resultava num eleitorado fiel. A casa comercial financiava a compra das terras pelos imigrantes, vendia a crediário bens e utensílios e comprava a produção do café, que na maioria das vezes era utilizada para descontar nas dívidas, o que deixava a população local atrelada ao comerciante, tornando-se assim um coronel vendeiro. Desse modo, o comércio foi o meio para que o coronel Duarte se transformasse de forasteiro em senhor do município, ao valer-se da dependência da população com relação aos seus negócios. Esse contexto é discutido e analisado à luz de trabalhos teóricos sobre História política e o sistema político da Primeira República, apresentando assim a política regional, no que tange especialmente as formas de obter e manter o poder político, contribuindo para ampliar os conhecimentos sobre a história do Espírito Santo.

Palavras-chave: Iconha. Coronel Antônio Duarte. Cultura política. Clientelismo. Coronel vendeiro. Primeira República.

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