Defesa de dissertação de mestrado de Wanderson Santos de Almeida

Título: Gente da terra: relações de poder na capitania do Espírito Santo (séculos XVI e XVII)
Data de defesa: 26/08/2019
Horário: 14h
Local: sala 104 do prédio Bárbara Weinberg, CCHN, Campus Goiabeiras, UFES

Banca Examinadora:  Luiz Cláudio Moisés Ribeiro (Orientador)
Alyne dos Santos Gonçalves (Examinador Externo - Instituto Nacional da Mata Atlântica)
Juliana Sabino Simonato (Examinador Interno)
Maria Beatriz Nader (Examinador Interno)

Resumo: Essa dissertação tem como objetivo analisar as relações de poder tecidas no Espírito Santo durante o século XVI até meados do século XVII, evidenciando qual o papel da elite local, organizada na câmara de Vitória, nas decisões políticas que envolviam a capitania. As teorias absolutistas não conseguem explicar a dinâmica das monarquias ibéricas no período analisado, uma vez que o poder real estava em sua capacidade de se articular com as várias instituições espalhadas ao longo do império, por isso essas monarquias eram pluricontinentais e policêntricas, pois as decisões não eram tomadas apenas em Lisboa ou em Madri, mas nos vários centros políticos decisórios espalhados nas quatro partes do mundo. Além disso, a monarquia portuguesa era corporativa, em que o rei era considerado a cabeça do corpo e as várias instituições políticas locais eram os membros, cabendo ao monarca zelar pela harmonia do corpo. Nossa análise identificou no Espírito Santo a formação de três redes de poder entre os séculos XVI e XVII: 1) uma tentativa de Vasco Fernandes Coutinho, primeiro donatário, de atrair fidalgos portugueses para o Espírito Santo, como Jorge de Meneses, Simão de Castelo Branco e Duarte de Lemos; 2) a formação de uma primeira nobreza da terra a partir do casamento entre membros das famílias Coutinho e Azeredo, que eram apoiados pelos jesuítas; 3) a ampliação da rede dos Azeredo-Coutinho a partir do casamento com membros da família Canto, recém chegados ao Espírito Santo, oriundos dos Açores, apoiados por jesuítas e franciscanos. Em todas essas alianças é nítido o protagonismo da câmara de Vitória que vai atuar em defesa dos interesses da elite da terra estabelecida no Espírito Santo.

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